Entre Dois Mundos (Homenagem Póstuma ao Poeta Odilon Barbosa de Souza)

Entre Dois Mundos

Odilon B. de Souza

Sempre me vem um fio de esperança

que pensa o estrago que ela faz em mim.

No dom divino de apagar lembranças,

envolvo, em sonhos, fatos mais ruins.

E seu desprezo se transmuda enfim,

naquele jeito terno da criança.

Digo-lhe: -Amor, lá do infinito vim!

e sua boca a minha boca alcança.

Porém, ao vê-la se enlaçando em outro,

nos lábios lindos, a florir o riso,

aqui por dentro, sinto tudo morto.

Mas, na quietude, as mágoas amenizo,

refaz-se o véu de sonhos quase rôto,

desfaz-se o inferno em doce paraíso.

Natal - maio de 1989

Odilon Barbosa de Souza
Enviado por Comendador Leandro Coimbra em 16/11/2017
Reeditado em 16/11/2017
Código do texto: T6173537
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.