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A Saudosa Lapinha

Século XX. Dezembro. Um dos meses mais esperados pelos habitantes daquela vila. As crianças, já de férias, tinham uma nobre missão: providenciar os objetos para a construção da Lapinha (atual presépio). Os meninos cortavam as palhas de um tipo de palmeira muito comum no Nordeste – a palmeira sertaneja –, mais conhecida como pé de licuri ou de ouricuri, cujo nome científico é Syagrus coronata. Com as suas palhas, bem verdes, eles faziam uma bela cabana num dos cantos da sala de visitas. E buscavam, também, a areia do rio para formar o piso, e búzios brancos do alto das serras para enfeitar toda a cabana. 

Quanto às meninas, cabiam-lhes as tarefas de peneirar a areia, selecionar os melhores búzios, cortar papéis e fitas para a decoração do teto, que tinha o formato de um céu cheio de estrelas. Ao final, a matriarca completava com os itens mais importantes da Lapinha: o Menino-Deus na sua manjedoura, Maria e José, os Três Reis Magos e os animais – que não podiam faltar.

Na noite de Natal, as crianças sentavam-se diante da Lapinha e se deliciavam antes mesmo da própria ceia.  Era uma noite de puro encantamento.


Sabia-se que havia, aqui e acolá, uma competição velada, capaz de “eleger” a Lapinha mais bonita. Isso despertava a atenção daqueles que participavam das Cantorias de Reis, principalmente no dia 6 de janeiro, data em que se deleitavam com belos cânticos e demonstrações de fé aos pés do Menino-Deus que, muito acolhido, renascia em sua segunda casa ricamente decorada: a Lapinha.
 
Imagem: Internet
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Mensagem:
A todos os recantistas e a equipe do RL, ficam a minha gratidão e o meu desejo de que em 2018 possamos voltar, não só maiores que ontem, mas, principalmente,  melhores que hoje.
Boas Festas!
Saúde e Paz!
Abraços natalinos de Vera Verá.