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“A PRAÇA É DO POVO COMO O CÉU É DO CONDOR”
                                                                    (Castro Alves)


Em 14 de março de 1847 nascia, na Bahia, Castro Alves – nosso Poeta Maior

Leia:

O Povo ao Poder  (trecho)

A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor
É o antro onde a liberdade
Cria águias em seu calor.
Senhor!... pois quereis a praça?
Desgraçada a populaça
Só tem a rua de seu...
Ninguém vos rouba os castelos
Tendes palácios tão belos...
Deixai a terra ao Anteu.
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O Livro e a América (trecho)

Por isso na impaciência 
Desta sede de saber, 
Como as aves do deserto 
As almas buscam beber... 
Oh! Bendito o que semeia 
Livros... livros à mão cheia... 
E manda o povo pensar! 
O livro caindo n'alma 
É germe — que faz a palma, 
É chuva — que faz o mar.

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O Navio Negreiro (trecho)

Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus?! 
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?... 
Astros! noites! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão! 

Castro Alves (1847-1871)

 
 
Imagem: Internet.
Castro Alves
Enviado por Vera Verá em 14/03/2018
Reeditado em 14/03/2018
Código do texto: T6279554
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