Discurso do Professor Doutor Adriano Moreira 

                  Conversa pessoal com Dr Adriano e Familia


O Amor a Trás Os Montes!...
Na sequência da realização em Lisboa do IV Congresso da Casa de Trás Os Montes e Alto Douro em Lisboa (28.05.2018) eu recebi um convite da Minha Familia em Grijó de Vale Benfeito e tive a grata satisfação de lá ir para assistir pessoalmente à inauguração da BIBLIOTECA DR. ADRIANO MOREIRA em Grijó (de Vale Benfeito) por vários motivos; primeiro por termos ali agora na Aldeia de Grijó (acrescento sempre “de Vale Benfeito”, porque há outros nomes Grijó algures em Portugal Ibérico). É  um local público com as muitas obras de um dos maiores expoentes Intelectuais da CULTURA LUSÓFONA E DA LUSOFONIA das últimas décadas. Em segundo lugar, nós temos uma afinidade muito próxima ao Dr Adriano Moreira pelo nosso parentesco familiar (os nossos avós paternos eram primos) e sempre que há oportunidade, visitamos as nossas origens familiares nas Aldeias Transmontanas. E por último eu quiz lhe dedicar algumas das minhas simples e modestas quadras extraídas do Meu Livro “Curriças de Caravelas” – algumas que eu tive também ali a oportunidade de as recitar durante este magnífico evento cultural. Este é um exemplo que o Dr Adriano Moreira nos mostra na prática e na forma do seu arreigado Amor pelas Nossas Aldeias Transmontanas.
Terras estas que eu costumo intitular de Reyno Encantado das Terras Altas Transmontanas e me inspiraram a escrever para recordar;
Fui Pastor em Tràs Os Montes...
 
No azul do céu da minha Terra, 
Eu viajei e me perdi lá longe no espaço.
Levei para o infinito as lembranças da guerra,
E voltei para cá, com os versos que eu faço!
 
Subi Montes e desci Vales,...
Era eu ali ainda uma criança,
Senti as dores de tantos males,
Que eu guardei como lembrança!
 
Não tenho rancor nem nostalgia,
Que me cure esta grande paixão,
De voltar à Terra onde um dia,
Eu fundeei a raiz do meu coração!
 
Lancei ancora em mar de montanhas,
Fragosas são as pedras do meu caminho,
Como doces são as tuas castanhas,
Cozidas, assadas... ou com rosmaninho!
 
Naquele longíquo magusto da Eira,
O Meu Pai traçou a parte do meu Destino.
Vai-te embora!... aqui não podes ganhar a “jeira”!
Por troca de um simples copo de vinho!
 
Deixa ficar os cordeiros lá no Lameiro,
- Porque alguém os há-de guardar...
Tenta a tua sorte no Estrangeiro,
O teu destino, meu Filho... é Emigrar!
 
Específicamente para este evento eu separei também algumas destas quadras da minha autoria,  as quais em breve vou emoldurar para depois remeter a esta Biblioteca Pública junto com alguns dos meus livros (Editados e Publicados no Brasil) para atender pedidos dos meus conterrâneos e coprovincianos. 
 
Nas ruas da minha aldeia,
Aonde eu corria em pequenininho.
Agora só trago cá na ideia,
De lá poder voltar a andar devagarinho!
 
Castanhas Cruas, Cozidas, Assadas!
Soltas em bolos ou em Arrozadas,
Na sopa ou até em calda guardadas,
Doçuras da minha infância sempre tão desejadas!
 
Das lembranças já tão distantes,
Eu trago as mais recentes saudades.
Dos sonhos ficaram as nuances
E da vida sómente veleidades! 
 
Eu destaco aqui de público também,  e deixo os meus Parabéns ao Sr Presidente da Junta da Freguesia de Grijó, Sr Serafim Ferreirinha, pelo esforço e excelente trabalho que, ao longo de uns 4 anos,  providenciou para que se tornasse realidade esta obra a bem da cultura Transmontana – é um excelente legado que nos deixa o Dr Adriano Moreira que, ao discursar a céu aberto debaixo de uma temperatura de apenas 9º centígrados, tirou o chapéu para nos saudar a todos!
Parabéns meu Querido Amigo Professor Doutor Adriano Moreira! Parabéns e Muito Obrigado por este precioso legado pois como se costuma dizer: os homens passam porém as obras ficam. Todavia quero deixar registrado este gesto de respeito pelo POVO e em abono da CULTURA LUSITANA, Dr Adriano Moreira... somos nós todos,  somos eternamente gratos pela sua Perpectuação da Cultura e da Lingua Portuguesa! nós é que temos de lhe “tirar o chapéu”!... Bem Haja! e me subscrevo com mais esta quadra minha;
 
Eu não tenho prémios nem loas,
Das obras que eu já fiz na vida.
Mas guardo lembranças das boas,
E das más só tenho uma saudade ferida!
 
Silvino Dos Santos Potêncio
Emigrante Transmontano em Natal/Brasil
(Grijó; 20 de Outubro de 2019)  


 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 31/05/2018
Reeditado em 22/10/2019
Código do texto: T6351454
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.