THEREZINHA

Therezinhaaaa...

A voz ressoa no corredor, alvo, longínquo, interminável... Ninguém responde... A nossa querida Terezinha hoje está brincando uma nova brincadeira. Uma brincadeira que nunca havia brincado antes. A pele branca, olhos fechados, silêncio profundo. Havia se calado para sempre, não respondia a nenhum chamado. A casa estava cheia e ela não tecia nenhum comentário, nem sobre as roupas que os presentes usavam, nem sobre o que todas aquelas pessoas faziam ali!

Nossa Maria! como fulana engordou! Aquele vestido está horrível! Por que todos estão chorando?

Nada! Nada.

Aquela situação era totalmente nova. O ambiente ameaçador.

Nosso ente mais querido havia sido arrebatado de nós.

No semblante das pessoas já se enxugavam as lágrimas da perda e da saudade.

Therezinha deixou de flertar com as dores, a falta de ar, as agonias mundanas e as incompreensões. Deixou de lado as energias cinzentas que opacam o brilho nos olhos e o amor no coração. Libertou-se da dor e partiu viva para crescer e aprender a arte da vida nos planos espirituais.

Quem dera pudéssemos vê-la de novo, como a boa arqueira que sempre foi, disparando setas luminosas do Bem.

Ela irá com a sua energia, que permanece, nos ajudar a meditar na magnitude da existência em outros planos. DEUS Ajude-nos a acreditar que nossos entes queridos estão vivos em outras dimensões e que ela viverá nos terços de Santo Antônio, nas festas da cidade, nas barracas de panela, nos almoços de domingo, nos bobs no cabelo e nos batons coloridos de todas as bocas.

Para sempre Therezinha!

Mariana Quintanilha
Enviado por Mariana Quintanilha em 15/06/2018
Reeditado em 15/06/2018
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