O resgate da honra (Mukhtar Mai)
Uma mulher muçulmana e sofrida
Nascida nas bandas do Paquistão
Pedia clemência ao líder da tribo
Tentava livrar a pele do irmão
No entanto a justiça era injusta
Seu irmão um crime havia cometido
Se apaixonara por uma mulher de clã superior
Para eles algo plausível de castigo
Então a ignorância e a covardia
Se fizeram numa escandalosa sentença
A punição seria imposta a sua irmã
Com a desonra de sua decência
E agarraram-na como se fosse mercadoria
Entre gritos e lágrimas foi levada a um estábulo
Onde quatro animais a estupraram num delito
Que Alá nem no inferno teria aprovado
E fizeram suas leis prevalecerem
A lei da violência a quem é inocente
Violaram seu corpo, mas não sua coragem e fé
De delatar mais tarde os delinquentes
Hoje a mulher símbolo da coragem paquistã
Aprendeu a ler, transformou sua dor
Abriu escolas pra meninas, escreveu um livro
Contando ao mundo o obscurantismo do horror
Mukhtar Mai é realmente uma guerreira
Nasceu já imposta a usar na cabeça um escuro véu
Mas seu peito é luz pura, branco como neve
E mesmo com tudo, sorri quando olha pro céu.
(À Mukhtar Mai, bravíssima paquistanesa que mostrou ao mundo a violência imposta às mulheres de seu país, contando sua própria dor).