O resgate da honra (Mukhtar Mai)

Uma mulher muçulmana e sofrida

Nascida nas bandas do Paquistão

Pedia clemência ao líder da tribo

Tentava livrar a pele do irmão

No entanto a justiça era injusta

Seu irmão um crime havia cometido

Se apaixonara por uma mulher de clã superior

Para eles algo plausível de castigo

Então a ignorância e a covardia

Se fizeram numa escandalosa sentença

A punição seria imposta a sua irmã

Com a desonra de sua decência

E agarraram-na como se fosse mercadoria

Entre gritos e lágrimas foi levada a um estábulo

Onde quatro animais a estupraram num delito

Que Alá nem no inferno teria aprovado

E fizeram suas leis prevalecerem

A lei da violência a quem é inocente

Violaram seu corpo, mas não sua coragem e fé

De delatar mais tarde os delinquentes

Hoje a mulher símbolo da coragem paquistã

Aprendeu a ler, transformou sua dor

Abriu escolas pra meninas, escreveu um livro

Contando ao mundo o obscurantismo do horror

Mukhtar Mai é realmente uma guerreira

Nasceu já imposta a usar na cabeça um escuro véu

Mas seu peito é luz pura, branco como neve

E mesmo com tudo, sorri quando olha pro céu.

(À Mukhtar Mai, bravíssima paquistanesa que mostrou ao mundo a violência imposta às mulheres de seu país, contando sua própria dor).

Auricélia Oliveira
Enviado por Auricélia Oliveira em 30/09/2007
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