TRINTA ANOS

Hoje tenho uma amiga que está sendo recebida por Balzac, deixando a inconseqüência inconseqüente dos vinte anos e entrando na inconseqüência madura dos trinta.

Nos trinta a criança que existe dentro da gente, fica mais velha, deve fazer uns sete anos. Já entende mais as coisas. Não coloca o dedo na tomada, não coloca grampos na boca. Assim é nos trinta, aquelas bebedeiras de varar a noite não são mais tão atrativas; virar copos de cerveja para ver quem agüenta mais ficou tão infantil; ficar, pegar não é mais o que queremos.

Aos trinta é mais gostoso ir ao bar, conversar mais e beber menos. A relação estável é melhor que vários relacionamentos. Beijar várias bocas para quê? É melhor só uma, uma boca que não só beije, mas que também converse. Queremos mãos que não só acariciem, mas que também afaguem.

Aos trinta começamos a priorizar a qualidade, ao invés da quantidade. O sexo agora não é contínuo, tem intervalos preenchidos com conversas, carinhos.

Aos trinta os colegas se vão, continuam caminhando com a gente somente os amigos.

Se a vida começa aos quarenta, nesses próximos 10 anos, que passarão rapidamente, estaremos nos preparando para nascer...

Parabéns Marla...