Homenagem aos cinquenta anos de poesia do poeta Gabriel Nascente.

Aos oito, cortaram-lhe as asas;

o sol dói como viga

pousada nos olhos.

Girou à poesia:

anseios de voar

quando o chão já não convida os passos.

Havia, contudo, flores destemperadas; uma primavera branca; lírios não havia.

Era noite.

Mas foi poeta à folha rebuscada

a explicar o escuro:

exatidão da aurora.

Ah, poeta! Nem a mais bela das flores

do mais lido dos poemas

te apagará do mundo.

Escrever é como nascer à foz. Ser Nascente;

Gabriel.