JOÃO BILA

Seu João se tornou folclore

Pelos contos que contou

Pelos amigos que fez

Lugares por onde andou

Pelas suas peraltices

Coisinhas de meninice

Pelas peças que pregou

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Não sentia compaixão

E nem medo de matar

Dizia que era perfume

Um frasquinho a carregar

Instigava o curioso

E diz é muito cheiroso

Você quer experimentar?

Com muita delicadeza

A essência entregava

Pois no pequeno vidrinho

Amoníaco é o que levava

E ao sentir a reação

Quase morto de aflição

Seu João ria que chorava

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Certo dia em minha casa

Trouxe um macaco danado

No início eu gostei

Pois era muito engraçado

Mas um dia ele surtou

E da corda se soltou

Quebrou todo meu telhado

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Certa fez comprou um carro

Deu nome de Catarina

Sua esposa brigou

Pensando ser uma menina

Brigou e fez ciumeira

Trocou por saboneteira

Para agradar Salvelina

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Fomos fazer um passeio

Pras bandas do Aracati

Sindeval por sua vez

Reclamava de sentir

Um cheirinho de cocô

Que rondava por ali

Acusava ser a gata

Que a Sindy estava a levar

E essa por sua vez

Não custou a reclamar

Minha gata é limpinha

E está sempre a cheirar

Quando chegamos na casa

Malas pra lá e pra cá

Encontramos a sacola

Fedida feito gambá

Quero de Deus o perdão

Eu acho que foi seu João

Que levou cocô pra lá

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Um dia eu inventei

De aprender a dirigir

Não foi por minha vontade

Foi de tanto ele insistir

Mas foi tudo desperdício

Pois eu nunca aprendi

Fui pra recuperação

Mas eu não tinha vontade

E deixei passar o tempo

Perdi oportunidade

É so pegava no carro

Longe e fora da cidade

Com muito tempo depois

Ele voltou a falar

Dizendo que eu precisava

Que deveria tentar

Eu fui mesmo a contra gosto

Somente pra lhe agradar

Terceira vez que tentei

Consegui passar no teste

Mas quando a gente não gosta

Nunca faz nada que preste

Carro só de passageiro

Não me agrado dessa peste

Tanto é que se venceu

Fui no DETRAN renovar

Fiz exame paguei taxa

Somente pra comprovar

Fiz tudo bem direitinho

Mas nunca fui lá pegar

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Um dia comprou um carro

Movido a gás butano

Saía a passear

Nas festas de fim de ano

Numa dessas se deu mal

La na beira do canal

Não estava nos seus planos

Começou com um mau cheiro

E depois incendiando

Ele saiu de mansinho

E ficou de longe olhando

Perguntaram de quem é

Disse só batendo o pé

Já deve tá endoidando

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Chegou para a filha e disse

Filha, lhe trouxe um presente

Ela toda animada

Correu alegre e contente

E quando abriu a mala

Deu de cara com a serpente

Isso foi suficiente

Pra gerar uma confusão

Ficaram todos pirados

Com as loucuras de seu João

Sua mulher ficou brava

Brigava e espraguejava

E sem uma solução

Seu João pegou a cobra

Em um tambor colocou

Todo dia alimentava

Com o rato que comprou

Mas um dia a danada

Do tambor ficou cansada

E para fora pulou

Foram procurar a cobra

E nada de encontrar

Foi aquela confusão

E nada de encontrar

A mulher ficou zangada

E seu João sem fazer nada

Pra cobra capturar

Quando a cobra encontrou

O filho diz :vou embora

A mãe diz: vou com você

Já tá passando da hora

Seu João muito insatisfeito

Foi pegando ela com jeito

Levou a bicha pra fora

Não ficando satisfeito

Com a sua arrumação

Levou a cobra consigo

No ônibus de condução

O povo ficou com medo

Seu João colocou no dedo

E afagava com a mão

Alcinete Gonçalves
Enviado por Alcinete Gonçalves em 10/06/2022
Reeditado em 11/06/2022
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