QUERIA ME DAR PRA VOCÊ

Seu aniversário chegando...

Queria lhe dar o que sou, despida, literalmente, pra que você pudesse me adentrar e me fazer sentir o amor como ele deve ser sentido.

Queria pele, encontro, toque.

Queria o tempo da chegada, juntos.

Queria que "nosso tempo" fosse de amor e sexo; amor puro e sexo dos bons.

Queria correr, nesse meu tempo, diferente do seu, porque a idade vai me levar para destinos que desconheço. Destinos que, eu sei, podem me tirar alguns desejos.

E, quebrando um pouco a poesia, eu acho um desperdício a gente não estar transando.

E a culpa é sua!

Enfim, como o que eu queria lhe dar não interessa, não significa muito pra você, comprei livros.

Vou te encher de poesia, embora saibamos, você e eu, que a poesia dos meus sonhos, com você, é a que faz suar, gemer... querer ficar.

A poesia, sabemos nós, que nesse meu apelo podemos chamar de "pequena morte", aquela que me mantém viva.

[...]

Queria, meu bem, entenda-me, no uso mais absoluto do tempo verbal.

Morra, você e sua indiferença!

Mas, antes, passa aqui pra pegar os livros de Fernando Pessoa!

Meu querer é passado.

Os livros, presente.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 18/09/2023
Reeditado em 18/09/2023
Código do texto: T7888863
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