Fanatismo
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!..."
Florbela Espanca
Minha homenagem
No Alentejo, berço de saudade e encanto,
Entre os campos dourados de Vila Viçosa
Nasceu Florbela, poeta de alma em pranto.
Uma voz que chegava d e maneira suntuosa
Seus versos, como rios de profunda emoção,
Florbela, alma que baila entre luz e sombra
Refletem a dor e a busca da redenção.
Tece poesia que à eternidade assombra.
Em cada soneto, em cada verso ardente,
Nos seus contos e sonhos, desvenda-se a dor,
Transparece a alma de uma mulher valente.
Mas também a esperança, a busca do amor.
Florbela Espanca, musa da lusitana terra,
Teu legado, eterno como o céu que brilha,
Tua voz ecoa além da vida que encerra.
Continua a inspirar, além da própria trilha.
Em cada palavra tua, há um eco de verdade,
Que teu nome, flor que desabrocha na alma,
Um convite à reflexão, à liberdade.
Permaneça sempre vivo, além da própria calma.
Assim, em versos rimados e em suspiros de dor,
Florbela Espanca, tua poesia é um farol,
Homenageio a poetisa de intenso labor.
Que guia corações em busca do arrebol.
Maria Fernanda Uchoa
O Poeta Plebeu veio abrilhantar a minha homengem. Gratidão
Lendo as poesias de Florbela...
Co'meu sentimento afogado...
Me recordo da pretérita fabela...
Quando tinha você ao meu lado...
Olho agora pela janela...
Co'meus dois olhos marejados...
No preticor e na suave cantinela...
Das gotas deste tempo molhado!!...
Enquanto lá fora chove a monção...
Inunda aqui dentro do meu coração...
A dor da eterna infelicidade...
Que me transborda de tristeza...
Numa caudalosa correnteza...
Nesta chuva de tanta saudade!!!...
*E* ...Soneto Minha última poesia
(...com Florbela Espanca)...
Agora não importa mais nada...
Já que eu vivo longe dos meus filhos...
Sinto a falta da minha amada...
São poucas as pétalas e tantos os espinhos...
Oh! vida minha tão desgraçada...
Que grande desgraça é viver sozinho...
É ter ao inferno a Alma arremessada...
Amar... e amar e não ter nenhum carinho!!!
Vou me consolar com Florbela Espanca...
Às chamas das velas e das flores a fragrância...
No céu estrelado do além parnaso...
Antes de alvorecer a luz do novo dia...
Deixo registrado minha última poesia...
Poeta Plebeu
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