ALDIR BLANC - SER DE LUZ QUE NÃO PASSARÁ

Odila Fonseca, minha querida: não estou a altura do desafio que você me instigou a realizar... Estou aberto às críticas e sugestões, mas a obra do “homi” é muito mais que um “anel de ouro”. É uma mina da nossa mais autêntica raiz da cultura popular.

 

PASSAGEM DO SOM ETERNO - ALDIR BLANC SER DE LUZ QUE NÃO PASSARÁ

 

“Há muito tempo” nas terras pindorama

Um ser de luz apareceu

Passou a ser conhecido por suas letras e canções

Médico prescritor do receituário das emoções...

 

Quantas lembranças de cura ao auscultar e escutar as “dores pungentes” da nação pindorama...

 

Sua receita popular em versos e canções reconstrói o imaginário do nosso sonho civilizatório

 

“A Pátria Mãe Gentil” que chorava e ainda chora

Também aprendeu a lutar e esperançar

“Choram Marias e Clarices” neste tempo hostil

Mas quão gigantesca e grandiosa foi, é, e será a sua arte de amar!

 

A sua crônica-música-“viagem” aos tempos passados e a travessia de agora nos faz nitidamente ver que não foi e não será “inutilmente” um mero devaneio - o nosso sonho coletivo sonhado no cotidiano da arte-vida-luta - do novo amanhecer...

 

O ser de luz juntou “o bêbado e o equilibristas” na Comissão de Frente do desfile da cultura popular...

 

E o “mestre sala” e a porta bandeira ousaram desfilar na avenida pindorama a inédita e viável performance “dois pra lá dois pra cá”...

 

O desfile da nostalgia gotejada de alegria nos passos passistas versos de amorizar!

 

Uma apoteose se fez se faz e se fará

Sem limite de tempo e lugar

O sopro do corpo-matéria se exauriu

Mas os pulmões do espírito se regeneram e regenera os nossos valores fundamentais como se fora uma “resposta ao tempo”

“Que sabe passar

E eu não sei”...

 

“Querelas do Brasil” destroem a civilização pindorama

E impactam diretamente no “centro do coração”

“A nível de” sentimentos

“Amigo é pra essas coisas”

Sejam “novos ou antigos”

No lado esquerdo do peito

Faça-se sempre um bom abrigo

 

“Simples absurdo” é pensar que um ser de luz morre

Não há como apagar a luz duma “constelação maior”

Impossível não ver beleza no “catavento e girassol”

“Falha humana” seria não ressurgir em cada canto de encantar

Há um “jardim de infância” e sempre haverá

 

“Vitória da ilusão” marca o ciclo do “pequeno circo íntimo” deplorável em que o Brasil se transformou

Pindorama por favor

Esse “retrato cantado” é de desamor

“Ramo de delírios” sufocam o nosso amor

E o “lobisomem” real ataca a ciência do canto da vida que se faz resistência

 

Não é “denúncia vazia” nem “exasperada”

Não é “fantasia” nem “incompatibilidade de gênios”

“Mãos de aventureiro” tentam impedir o florescer da real “lenda” pindorama “brasileira”

 

“E mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar

Meu coração tropical” vivo e eterno seguirá

E agora que reencontrei Elis já me sinto mais feliz

Fobia já não me prende mais

Estamos juntos a cantar e a compor

E cada composição - herança de uma jornada

Vai inspirar a velha guarda e a moçada

A fazer arte vida e luta libertárias da nossa nação pindorama emancipada

 

Oh Elis? Elis Regina! Eu trouxe “dois bombons e uma rosa pra você” menina! Fiz minha passagem na “vela dos quereres” só pra te ver!

 

A propósito cadê Lupicínio? Eu aprontei uma obra “lupicínica”...

Vamos ensaiar eu, Lupicínio, Cartola, Jamelão e você! E quem mais quiser se intrometer!

 

Vamos fazer uma live love celestial e universal para a nação pindorama olhar ver e renascer!?

 

JÁ fiz a passagem do som. Tá muito bom. Agora você! Juntos vamos desencantar o céu e fazê-lo descer. Ah, tô vendo que o céu não é um lugar. É todo lugar onde emana a divina e humana luz da arte-ser saber viver!

 

Ah, vamos chamar o Vinicios, pois “não há você sem mim e eu não existo sem você”!

 

*Singela homenagem ao poeta imortal, Aldir Blanc. Instigado pela amiga Odila Fonseca, escrevi o texto há quatro anos, logo que circular a notícia do “encantamento” do mestre Aldir Blanc. A escrita foi mais um compilado e trocadilhos das belas composições do grande mestre Aldir Blanc. Naquele fatídico ano de 2020 o Brasil enfrentava a Pandemia da COVID 19 sob o desgoverno fatídico e insano do "falso messias", Jair Bolsonaro, de horrenda memória.