Ao Poeta ÁNGEL GONZALEZ

Ángel não morre, voa encantado ao paraíso.
Passeia entre as Anjas de mini falda,
que mostram sem pudor a dobra das nádegas brancas
e o “v” bem desenhado da virilha sem pêlos.
Um Ángel, sendo poeta, é carne em alma viajera,
que se deixa levar pelas nuvens fluindo palavras,
vertendo verso com a sonoridade que quebra
paradigmas e conceitos tacanhos.
Um Ángel aos 82 anos é um menino;
um menino que aprendeu a malícia
do bem-viver e desfrutou na carne
os sabores e a doçura das marcas rugosas da pele,
pôs na cabeça a peruca de pêlos de lontra gris
e saiu cantando, dançando, cantando e dançando
de nuvem em nuvem,  de astro em astro...
Um Ángel é um homem, um homem que foi Ángel,
e, como ele mesmo dizia: 
"há um mistério magnífico em meu nome".
Tudo que ele buscou e pediu foi a palavra,
uma só palavra que o preenchesse de poesia
e lhe desse a completude da vida...
Será que agora ele a sabe?
Um Ángel se vai em González sons.


Ángel González, poeta espanhol e do mundo que se encantou no dia 12/01/2008, aos 82 anos de idade.  Publiquei em 07/07/07 o conto O Roubo das Palavras, também dedicado a esse poeta genial.
Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 14/01/2008
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T816953
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