Vida e Morte - 3º LUGAR NO 3º CONCURSO H20

Água que escorre solta

na lágrima

cachoeira profícua

maldita terra seca, onde se consome!

Brota das nascentes

das vertentes verte,

feito verve do poeta aflito

a escrever num grito

das águas e mágoas

de todo conflito

que a escassez lhe causa

versos que escorrem soltos

dedilhados nas teclas

são águas de cachoeira

em corredeiras vorazes

capazes de vida e morte

no mundo sem norte dos homens!

no mundo sem sorte das almas!

Descem borbulhas nas encostas

criam raízes nas beiradas

alagam o pranto

nas noites de estrelas

quando podem vê-las

- as águas –

virarem neblina

que nascerão orvalhos

a descer dos olhos

tristes olhos que verão

secar o pranto em total desencanto

pela terra soterrada

pela lavra finita da poesia

que na terra fria

morre com as nascentes

morre com as sementes

morre com a vida!

Carol