Ana,

 

Encontramo-nos na véspera de seu aniversário. Você é avessa à surpresas, mesmo assim  invadimos o setor médico... Cantamos parabéns com direito a bolo, velinhas, refrigerantes e cumprimentos dos colegas! Antes de retornar ao meu setor, conversamos por alguns minutos. Disse que rabiscaria algumas palavras a seu respeito. Você riu e respondeu que tem lido minhas homenagens para outras amigas! Rimos.

 

Sabe, não é difícil descrevê-la. O difícil é escrever para você! Descrevê-la é deixar fluir a transparência dos pensamentos e das idéias... Não conheço ninguém mais positiva, mais direta, mais observadora, mais interrogativa, mais conclusiva e mais, muito mais... Ainda, assim, escrevo achando que falta alguma coisa a dizer, embora a gente se entenda sem palavras! Conhecemo-nos aos treze anos de idade. Duas adolescentes cheias de planos, dúvidas e certezas... A sua certeza, por exemplo, com relação à profissão: ser médica. E conseguiu! Foi uma aluna destaque da infância à universidade. É uma profissional exigente, dedicada e competente. Seus pacientes não me deixam exagerar... Porém, a dedicação ao trabalho não reduziu a atenção aos filhos. É a chamada leoa em defesa da prole. Ao mesmo tempo mostra, aponta, explica os caminhos das armadilhas. Depois, as portas da liberdade são abertas: solta seus filhos para a vida e vigilante sempre fica! 

 

Temos uma amizade balzaquiana já na casa dos trinta e quatro anos... É uma vida! Uma vida na qual nossos filhos, ainda, nem chegaram! Uma vida repleta de acontecimentos... Compartilhamos momentos importantes, alegres e tristes. Vivemos a adolescência com os questionamentos que a fase exige; entramos na universidade, casamos e tivemos filhos.  Filhos que estudaram juntos no colégio e na universidade; que se tornaram amigos, como nós! Poucas pessoas têm a oportunidade de fazer escolhas que casem com os amigos. Nós fizemos! Dividíamos os horários de ir levar e buscar as crianças no colégio, na aula de inglês, no esporte... Morávamos na mesma rua, depois em ruas vizinhas e hoje somos vizinhas de casa. Enfim, sempre houve grande cooperação, afinidade e cumplicidade. É interessante a postura que adotamos: estamos próximas na moradia e no trabalho, mas não vivemos uma na dependência da outra. Temos outras amizades e diversões. Temos escolhas e opções. 

      A nossa amizade e entendimento assemelham-se a uma frase de Drummond: “Como as plantas a amizade não deve ser muito nem pouco regada”

   

 

                          FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!

     Beijos.

                     01.05.2008 - Feriado Nacional!!!