O pote da Juliana

Toda vez que o pote seca,

Ela me chama rapidinho,

Tem muita sede essa moleca,

E quer encher o seu potinho.

O pote dela não é de barro,

Muito menos porcelana,

Bem pequeno feito um jarro,

O pote da Juliana.

Eu saio pra passear,

E tão logo ela me acha,

Diz que o pote vai secar,

Fica fazendo ameaça.

Vou de novo a casa dela,

Isso repete todo dia,

Pote bom, mas nunca gela,

Dá prazer e alegria.

Tenho medo de esquecer,

De colocar líquido no pote,

Ela pedir pra outro encher,

To ferrado, isso não pode.

Estou cheio de chantagem,

Que ela tem feito pra mim,

Não posso fazer viagem,

Diz que vai ser muito ruim.

Estou nas mãos dessa mulher,

Ela é fogo que não se brinca,

Fala sempre se eu não quiser,

Outro enche ou o pote trinca.

Um dia acordei com medo,

Tive um sonho que entristeceu,

Ela guardava em segredo,

Outro homem seu pote encheu.

Acordei muito assustado,

Desse sonho muito feio,

Que o pote tava rachado,

Tinha uma trinca bem no meio.

Gosto tanto do pote dela,

Que mandei fazer um seguro,

Com uma ressalva daquelas,

Esse pote é meu futuro.

maninhu
Enviado por maninhu em 30/06/2008
Código do texto: T1058428
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