Briga de Casal

Fulana chegou em casa. Encontrou seu marido, Beltrano, beijando Ciclana na cama que Fulana comprou para ela e seu parceiro. Pegou o revólver que guardou secretamente caso ela descobrisse que estava sendo traída, e matou Ciclana na hora H da relação. Poupou Beltrano porque queria discutir com ele.

-Vem cá, que história é essa de matar o amor da minha vida? - perguntou, pasmo, Beltrano.

-Você me traiu, cafajeste. E eu que achava que nosso amor duraria a eternidade, como você me prometera quando me beijou na Igreja diante do padre, diante de meus pais, diante do olhar dos ícones, diante de DEUS!

- Eu sou uma metamorfose ambulante, querida. Posso ser, em uma hora, o MDC da tua vida, em outra hora, a tua mosca na sopa, ou o seu sapato 36...

-Até onde eu sei, você não é nenhum Raul Seixas. Quem era aquela infeliz?

-Uma amiga. - disse, friamente, Beltrano.

-Sei... se você não me falar a verdade, eu te mato, seu impostor!

Nesse momento, chegou o padre Otílio, o mesmo que os uniu, até que a morte os separasse.

-Eu acho que o que está faltando nesse casal é maturidade. Vocês parecem crianças de 8 anos, não sabem perdoar o erro do próximo...

-Você não tinha morrido há 9 anos, padre? - indagou o casal.

-Morri, mas ressusci...

E Fulana, com seu revólver, matou o padre, que faleceu novamente. E só para assegurar que ele não voltasse, deu mais um tiro no cadáver.

-Voltando ao assunto, Beltrano, diga quem era aquela vagabunda que eu livro teu couro!

-Era a tua irmã! - exclamou Beltrano.

-Mentira, infeliz! - retrucou Fulana.

Nesse momento, chegou o nazista metido a Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger. E com seu inconfundível sotaque germânico, disse:

-Gente, vamos parar, caso contrário o de lá de cima fica magoado com a gente e nos manda para o inferno.

-Só se for você para o inferno, o que já deva ter acontecido muito antes. Por que os soviéticos não te bombardearam? - revidou o casal.

E o assassinaram.

Num átimo, o mundo inteiro passou a saber da notícia do assassinato. A briga de casal foi transmitda para todo o mundo, e este se dividiu entre os que apoiaram Beltrano e o que apoaiaram Fulana. Os que deram seu apoio ao primeiro, alegaram que era direito de todo ser humano amar quem quiser e quando quiser, e que ninguém deveria ser amarrado nem explorado por uma outra pessoa. Os que deram seu apoio a última, alegaram que deveria se manter a ordem, que seria um absurdo uma quebra de contrato. O mundo estava bipolarizado, e cada pólo desenvolvia meios próprios para superar o outro em caso de uma guerra.

Preocupado com a situação, Deus resolveu descer pessoalmente e conversar com o casal para que nada de ruim pudesse acontecer a humanidade, vendo que esta corria risco de extinção. Mas, assim como o Padre e o Papa, Deus também foi morto por um tiro de Fulana.

Foi o que bastou para que ocorresse a guerra, pois as tensões na Terra já estavam impossíveis de serem aturadas, mesmo com um muro separando cada parte, a exceção do casal, que continuava discutindo e alimentando as inimizades em cada parte.

A guerra começou. Gases mortíferos, metralhadoras, facadas, bombas atômicas e tudo de ruim e destrutivo que se possa imaginar. Em seguida, não só a Terra, mas todo o universo explodiu de tanta radiação. Fim.

Felmaqui
Enviado por Felmaqui em 13/07/2008
Código do texto: T1078983
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