Ô Pedra Maldita!

João sempre foi um cara pacato e responsável, sai às 5:00 hs da manhã de casa para não perder a hora no trabalho, todas as manhãs, caminhava 1 km de distância até chegar na estação de trem onde embarcava rumo ao trabalho. Certa ocasião, fazendo seu ritual matutino, caminhava pelas ruas em direção da estação, naquele dia, se encontrava todo ansioso pois tinha muitos sonhos e projetos e justamente durante seu trajeto que ele os planejava. Faltando 200 mts para chegar na estação de trem, surgiu do nada, um enorme cachorro preto em sua direção, e o cachorro avançava ferozmente de maneira que João ficou aterrorizado, pois nunca havia passado por situação semelhante, e o cachorro era horrível, parecia coisa do outro mundo. João por sua vez, batia fortemente nas duas coxas e bradava em voz alta da seguinte forma:

- Cachorro! Cachorro!

Por mais que gritasse alto, só conseguia evitar que a fera se aproximasse mais, porém, o cachorro não se intimidava e estava cada vez mais próximo. João não conseguia esconder seu pavor, continuando a gritar, olhava para os lados em busca de algum pedaço de pau, a fim de enfrentar esta situação, de repente, avistou uma enorme pedra preta e não pensou duas vezes: “Eis minha salvação”.

Sem parar de gritar, aproximou-se da pedra, e abriu bem a palma da mão, pois a pedra era enorme de verdade. Ao fechar a mão, só percebeu seus dedos afundando na enorme pedra. João teve a impressão que o objetivo do animal era justamente que ele pegasse aquela pedra, pois assim que tocou na mesma, o animal parou de latir e saiu tranquilamente de cena como se nada tivesse acontecido. João imediatamente foi examinar o que havia pego nas mãos, como estava escuro ainda, resolveu cheirar e pra sua surpresa, havia pego em um tolete de merda de cachorro. Coitado do João, sem tempo de voltar em casa para lavar mãos, lembrou-se de um amigo que morava pelas imediações recorrendo assim a sua ajuda. Já na casa de seu amigo lavando as mãos no tanque João dizia irritadíssimo:

- Ô pedra maldita!

Este dia foi de muita irritação ao pobre do João, pois mesmo tendo lavado suas mãos, lembrava a todo instante do triste episódio, mesmo porque não conseguiu remover toda a merda retida em baixo de suas unhas.