INFANTE PRECOCE

Dos meus quatro netos, Igor, Isabela, Victor e Guilherme , este último, o caçula (quatro anos), é o mais espoleta deles. O danadinho é vivo, articulado, memória excelente e está sempre ligado nos mínimos detalhes.

Adora todo tipo de brincadeiras, principalmente jogar bola (tem uma canhota potente e herdou a queda dos Rêgo para o futebol), faz imitações perfeitas de personagens dos seus desenhos animados favoritos e, de quebra, sabe varias anedotas.

Nas férias de janeiro,veio com os pais e irmãos nos visitar e foi logo chamando a atenção de todos por sua vivacidade. Espertíssimo, o sapeca paulistinha de Jundiaí.

O tio Daniel, médico sério, compenetrado, doido por crianças, apanhou os três e sua mamãe para um passeio de carro pelos pontos turísticos de Belo Horizonte, num dos seus raros momentos de folga. Andaram bastante, parando para um sorvete na Praça da Liberdade. O calor estava forte.

Após se refrescarem , tomaram o rumo de casa e o Guilherme, ouriçado no banco de trás do automóvel, cismou de contar piadas ao seu tio.

“- Tio Dan, você sabe o que o sorvete falou ao picolé?”

“- Como é, Guilherme? Não, eu não sei. Quer me contar?”

E o capetinha , já com um sorriso maroto nos lábios pequeninos:-

“- O picolé falou pro sorvete:- “- Fala, cabeça mole!” ... Aí o sorvete respondeu:- “- Antes ser cabeça mole que andar por aí com um pau enfiado na bunda!...”

Todos explodiram numa gargalhada contagiante, contrastando com a cara de espanto do Tio Daniel, de olhos arregalados no espelho retrovisor do carro!...

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B.Hte., 17/01/05