OU EU OU O CACHORRO!

Há um ano que ele botou na cachola que ia casar. Chega de ficar solteiro, estou com 35 anos, está na hora-- dizia para os amigos. Arrumou uma namorada; a moça era da sociedade carioca, moça de praia e com grana, corpinho bem feito. Casou em 6 meses de papel passado, mas entre eles havia um cachorro. Um lulu que tinha direito adquirido, dormia com ela há cinco anos.

Na primeira noite, ele conseguiu contornar e o cachorro ficou do lado de fora do quarto, mas ganindo na porta... E ganiu mais ainda quando sentiu que sua dona caiu em êxtase nos finalmentes.

Nos outros dias, o cachorro entrava no quarto e se aboletava na cama, logo depois da novela da Globo. É bem verdade que não interferia em nada, de olho bem aberto ficava quietinho nos pés da cama, mas aquela morrinha era insuportável.

Dois meses depois , sentindo-se senhor da situação, ele disse:

- Ou eu ou o cachorro!

- O cachorro. O Xerxes não sai! Ele é melhor que você!

Ele viu o mundo desabar. Não entendeu nada. Embirutou.

Tem um mês que está fazendo análise e sem previsão de alta. Dizem que sofre de síndrome do cachorro morrinhento, mas será só isso?

Elysio Lugarinho Netto
Enviado por Elysio Lugarinho Netto em 23/11/2009
Reeditado em 11/09/2011
Código do texto: T1939994
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