Filosofilando
Gerúndio, eminente mestre das artes procênicas do período neoclássico da Ipomédia, certa feita deu (sem dar, é claro) para filosofilar. Dizia então aquele prostático títere ecumênico que dentro de suas hipotéticas pesquisas ultravioletas, a virulência dos ventos alísios não poderiam, de maneira nenhuma, tergevizar sobre a hipotenusa do triângulo das Bermudas, porque isto desencadearia uma hecatombe nos ordenamentos da hipérbole.
Desta forma, após constatar o furor uterino de certa plantas aquáticas e calcular o quanto seria a propositura eólica na circunferência do quadrilátero aborígine, calculou que abortariam sem que houvesse ordenamento jurídico. Entretanto ele não se deu por achado. Chamou Asclépio às ordens e dentro do re-enquadramento do Ligúria Superior propôs duas hipóteses perante o Pretório Excelso: - Ou os domesticados mestres das ciências inexatas param com esta catatonia, ou quem ficará catatônico serão suas eminências pardas no contexto congressual. Escolham, pois.
Resultado: Gerúndio, depois de declinar todas as conjugações, foi considerado demente honoris causa e foi elevado numa forca nos arredores da cidade. Contudo não morreu, pois na hora iminente de seu passamento teve um lampejo incongruente, gritando: - Ave César! Os que vão morrer te saúdam.
Os corvos, que então passavam por ali voando, gritaram em coro:
- Safa-te, ignóbil energúmeno.  
 
Vinícius Lena
Enviado por Vinícius Lena em 16/12/2009
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