O CAIPIRA E SUA MULHER PIRRACENTA

Quinzinho contando um causo:

Eu topei cum um cunhecido que num via há muito tempo. Ele tinha ficado viúvo e casô traveis. Me contô que a muié era nova, bunita, uns peitão aprumado, uma bunda muciça. E falô mais:

-Ela é fogosa e num injeita o trem não, num tem "chico" num tem tabela e nem dor de cabeça...toda hora é hora pra ela...

-Intão cê ganhô na leiteira...

-Ah, Quinzinho, mais num tem nada sem defeito, ela é pirracenta, imburra a toa, a gente tem que ficá adulano, tem umas crianciça, tem hora que ela parece criança.

-Ah, se ela parece cum criança, trata ela cumo criança: hora que ela te pirraçá, desce as carça dela e dá umas boa parmada.

Aí nos fumo imbora e uns tempo despois eu topei cuele de novo e priguntei:

-E aí, a muié parô de te pirraçá?

-Que nada sô, cuntinua a mema coisa...

-Cê num feiz o que eu te falei?

-Que que cê falô, num alembro não.

-Eu falei que era procê descê as carça dela e dá umas boa parmada na bunda dela...

-Ah, é memo, eu fiz isso umas duas veis, mais num deu certo não, a hora que eu baxo as carça dela e vejo aquela bunda boa, minha raiva caba na hora...

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HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 03/02/2010
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