O CAIPIRA E SUA MULHER PIRRACENTA
Quinzinho contando um causo:
Eu topei cum um cunhecido que num via há muito tempo. Ele tinha ficado viúvo e casô traveis. Me contô que a muié era nova, bunita, uns peitão aprumado, uma bunda muciça. E falô mais:
-Ela é fogosa e num injeita o trem não, num tem "chico" num tem tabela e nem dor de cabeça...toda hora é hora pra ela...
-Intão cê ganhô na leiteira...
-Ah, Quinzinho, mais num tem nada sem defeito, ela é pirracenta, imburra a toa, a gente tem que ficá adulano, tem umas crianciça, tem hora que ela parece criança.
-Ah, se ela parece cum criança, trata ela cumo criança: hora que ela te pirraçá, desce as carça dela e dá umas boa parmada.
Aí nos fumo imbora e uns tempo despois eu topei cuele de novo e priguntei:
-E aí, a muié parô de te pirraçá?
-Que nada sô, cuntinua a mema coisa...
-Cê num feiz o que eu te falei?
-Que que cê falô, num alembro não.
-Eu falei que era procê descê as carça dela e dá umas boa parmada na bunda dela...
-Ah, é memo, eu fiz isso umas duas veis, mais num deu certo não, a hora que eu baxo as carça dela e vejo aquela bunda boa, minha raiva caba na hora...
* * *