Das múltiplas vertentes que o Fado tem, a Desgarrada e o Fado Humorista são as minhas preferidas quando escrevo textos ou prosa poética sobre esta música Portuguesa que é já um Patrimônio Inmaterial da Humanidade, considerado pela UNESCO já há alguns anos.
Este por exemplo eu escrevi durante a minhas passagens por Lisboa - e foram muitas desde 1962 até aos dias actuais - quer fossem a trabalho quer fossem apenas de visita a amigos e/ou familiares...
De: Silvino Potêncio >>> Ser Fadista!...
...Um Gay jo p'ra ser Fadista,
Tem que ter golpe de Vista,
Gingar e ser Retornado!
Frequentar o Limoeiro, (*)
Andar sempre sem dinheiro,
E ter amantes no Fado!...
Contaram-e ainda há pouco,
Que à noite na Mouraria,
Andava um Fadista Louco,
E sem saber o que era dia!.
Que nunca pagava nada,
Nem ao Santo que ele rezava.
As promessas que fazia,
E do muito que ele gostava!
Da Senhora da Saúde,
Fugia sempre em sobressalto,
E por ter tanta virtude,
Ele ia beber ao Bairro Alto!
E depois da quinta lapada!. (**)
Já com a voz engasgada,
Na esquina do Cais Sodré,
Ele mostrava ali cumé kiéeee.
Cantar o Fado da bebedeira,
Toda a noite a noite inteira,
Dá porrada na mulher, que o quer só,
- BRIO mas só quando ela quer!
Eh fadista !!!...
Autor - "Silvêncio Retornado" (in: Poesias Soltas)
(*) Sistema Prisional da Capital Alfacinha
(**) Dose de Aguardente, vinho, wisky, cana, garapa, cognac, brandy, vodka, tequilla, rum, malufo, e qualquer bebida que anime a Alma de cada um de nós. Quem canta seus males espanta.
Nota do Autor: este texto foi publicado há vários anos no meu Blog que se encontra bloqueado desde Maio de 2016.
Também foi actualizado aqui na minha página do RL - desde já obrigado pela vossa visita.