HUMOR – Na Missa - II
O vigário da capelinha de uma cidade daqui do interior de Pernambuco, contam os do domínio público, era apaixonado por tabaco, cujo nome mais apropriado é rapé ou torrado. De seu costume, na hora da homilia, dar um cheirinho naquele pó divino que desentope as narinas. O recipiente do produto era chamado cheiradeira ou corrimboque, muitos eram feitos de chifre de animais com a respectiva tampa.
O estoque do padre estava acabando. Chamou o seu fornecedor de alguns anos e fez o seu pedido com a maior urgência possível, eis que tudo indicava o restante não daria para a missa do domingo.
O produto estava em falta no mercado, e o rapaz endoidou de procurar até mesmo em cidades vizinhas... e nada. Até que passando no asfalto quente da cidade, fervendo praticamente, viu aquele cocô seco esparramado na estrada, e teve uma ideia genial. Pegou sua espátula e conseguiu captar todo o material, que seria a sua salvação... Não poderia falhar com o compromisso!
Pois bem, ao chegar a casa danou-se a pilar o material naquele pilão que havia herdado de seu pai, até que transformou tudo num pó bem fininho, cuja cor era parecida com a do famoso rapé.
Abasteceu sua vasilha e foi direto à Igreja, isso já no sábado à noitinha. – Pensei que você não viria, falara o padre! – Qual nada, senhor, jamais falharia com a nossa freguesia, e encheu o corrimboque do velho sacerdote. – Quanto é que vai me cobrar? – Desta vez é cortesia, meu bom padre, fique com Deus. – Obrigado, siga em paz.
Na hora da pregação, na homilia, o padre ia falando mais ou menos assim: “Meus irmãos, minhas ovelhas, meus paroquianos, todos vocês sabem que a igreja católica apostólica romana (dera uma pausa, abrira o recipiente com o pó e aspirou duas pitadas nas narinas com uma ambição desmedida) e completou: É merda pura”.
O fornecedor, que estava na cadeira da frente dissera: “É não seu vigário, isso é pó dela”... E a risadaria foi geral.
Ocorrência igual é mera coincidência, ficção.
Em revisão.