A PROFESSORA RABUGENTA

Sala de aula, ano de 2000 e alguma coisa. É mais um dia de aula e todos esperamos a nossa mais “querida” professora. Já se passou mais de meia hora e nós já estamos entusiasmados com a demora da mestra. Será que ela faltou? Tomara!

Ah! Infelizmente não! Lá vem ela com aquele visual ridículo e falando num tom autoritário:

__ Bom dia! Todos de pé! Vocês estão cansados de saber que eu sou a autoridade maior nesta sala!

E nós pensamos:

__ Essa mulher não se cansa de tanta hipocrisia! Olhe só aquele cabelo horrível, chapinha mal feita. E aquelas roupas bregas! Nem a minha bisavó teria usado aquilo.

Ela se senta. E aquele perfume horrível. Não agüento mais. Pobre de mim! Devo ter ganhado na loteria do azar.

Momento da chamada. Ela tem uma audição tão péssima que manda os alunos ficarem de pé pra confirmar a presença. Ouse alguém se esquecer disso.

Na hora da correção da lição de casa, lá vem ela com seu tom arrogante novamente. Grita com os alunos o tempo todo e aproveita para humilhá-los, como se eles fossem seus súditos ou coisa parecida. Pobre de uma aluna, o nome não posso revelar, mas num dia desses aconteceu assim:

__ Menina, responda essa questão agora! – disse a dona rabugenta.

Enquanto a menina desatenta procurava a questão, lá veio a rainha com seu estilo contundente:

_ É pra hoje, criatura! Acorda!

A menina, que tinha uma certa dificuldade pra falar, começou a responder, mas lá veio a mestra de novo:

__ Fala pra fora, menina! Não sabe nem falar direito!

Pode até parecer exagero, mas isso ainda não é nada. Muita coisa pior aconteceu.

Enquanto ela fica mexendo nos seus diários e anotações, qualquer ruído na sala, faz ela levantar a cabeça, arregalar aqueles olhos profundos, franzir a testa e então retrucar:

__ Vocês podem calar a boca! Isso aqui não é carnaval nem hora de fazer fofoca!

Você está vendo como é nossa dura realidade nos dias de aula com essa professora. Fazer o quê, né? Quem é que nunca estudou com uma assim. Amanhã mesmo terei aula com ela outra vez. Meia hora esperando, aí ela chega, mal-humorada, reclama de tudo e a rotina se repete novamente...

(Texto escrito em homenagem a uma professora que "adorava" seus alunos de ensino médio num certo colégio da minha cidade.)

Renan Maia
Enviado por Renan Maia em 21/10/2010
Reeditado em 21/10/2010
Código do texto: T2569597
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