O POETA BÊBADO, SEM DINHEIRO NO PUTEIRO
Zé Alambique, o fazedor de versos da cidade, chegou bêbado no puteiro da Joana Tramela. Ela, ao vê-lo naquele estado de embriaguês já foi recebê-lo na porta:
-Se não tiver dinheiro Zé, nem precisa entrar. As minhas meninas não gostam de ficar com você sóbrio, imagina bêbado e quebrado...
Zé foi entrando e falando:
-Ah, Joana, sô fregueis véio, me arruma um creito...
-Nada de crédito Zé, aqui só transa quem tem dinheiro, as meninas dizem que você quando tá bêbado demora um tempão até que dá conta do trem...
-Que cunversa é essa muié, oia aqui...
E abriu o zíper da braguilha e apesar da bebedeira, mostrou a ferramenta rija como um vergalhão.
A dona da pensão disse:
-Guarde isso, minha pensão é uma pensão de respeito.
E o Zé balançando o bilau disse mais uma vez:
-Oia aqui, tá durinho, tá até dano aqueles pulinho...
-Nada feito, sem dinheiro sem transa...
E o Zé sentou-se em uma cadeira em frente ás mulheres sentadas em um sofá, com suas minúsculas roupas. E começou a cantar versos:
“Bibi pinga cum limão,
Acabô o meu dinhero
Num tem fiado não?
Como a dona do putero”...
As mulheres começaram a rir e a dona da pensão ameaçou chamar a polícia.
Zé ficou tranqüilo, cidade pequena, a delegacia ficava longe, e a comunicação daquele tempo era: moleque de recados, pombo correio, tambores ou sinal de fumaça. O contingente policial era formado por um cabo e três praças.
Zé resolveu se masturbar. Olhando para as pernas das mulheres, começou a manipular a ferramenta e a cantar:
“Vai no pé,
Vai na ponta,
De muié
Num faço conta”
As mulheres riam e riam de sua palhaçada. De vez em quando ele mudava a cantilena:
“Vai na ponta,
Vai no pé,
Num faço conta
De muié”...
E lá pelas tantas, conseguiu terminar o serviço, limpou o negócio na cortina e saiu cantando:
“Foi na ponta,
Foi no pé,
Num priciso
De muié”...
* * *