MARIA FUDANGA

Lá vai Maria Fundanga. Lá vai espalhando seu odor.

- Foges da chuva, Maria? A água te fará um bem daqueles!

Maria foge de gente que a ameaça com a palavra líquida.

Sai tropegante, andar errante. Olhar esquisito, boca espumante.

Lá vem Maria Fundanga. Esperta pra caramba.

Logo que encontra porta aberta encosta e vai logo pedindo, então:

- Tem um moedim aí, pra dá pra e eu?

-Pra e eu não, Maria. Você precisa prestar atenção!

Lá está Maria Fundanga arrastando-se atrás de entulhos.

Os filhos só querem vê-la quando está com o aposento no bolso.

E Maria com seu perfume da hora, fazendo até urubu desmaiar,

Vai enchendo as sacolas com o que no lixo achar.

Lá vai Maria Fundanga, entrando no casebre frio.

Casa cheia de Pet, papel, lata e qualquer troço velho.

Tudo encontrado e guardado com brio.

Fujo dela sem dá um pio.

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 07/03/2011
Reeditado em 10/03/2011
Código do texto: T2834123
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