Condomínio


No condomínio, um dia,
Em reunião, que havia,
Numa assembléia geral,
Um morador, revoltado,
Nervoso, descontrolado,
Criou um caso sem igual.

Reclamava, o coitado,
Que já estava cansado
De rogar a providência,
Mas não era atendido,
Naquele justo pedido,
Para ter paz na convivência.

Para todos, afirmava,
Que ele, demais gostava,
De bichos de estimação.
Mas o vizinho do lado,
Tinha um cão malcriado,
Verdadeira aberração.

Tanto à noite, ou dia,
Ele rosnava, latia,
E lhe importunava...
Tomara até calmante,
Mas o latido possante,
Aos seus ouvidos, chegava...

Já pedira ao vizinho,
Com delicado carinho,
Para o caso resolver...
Respondera, que todo cão,
Não precisa explicação,
Late para se defender...

Mudem os incomodados,
Vão morar em outros lados,
Em casas bem isoladas,
Foi assim que ele disse,
Pra que outro lugar visse,
Noutros bairros, e moradas...

À assembléia repasso,
O meu problema, e faço,
Um especial pedido...
Eu quero viver tranquilo,
Dentro do mesmo estilo,
Que sempre tenho vivido.

Senhor síndico, que diga,
Nos responda, e prossiga,
O que nós devemos fazer...
Queremos tudo bem feito,
Com atenção ao direito,
E ao vizinho atender...

Em primeiro lugar vamos,
Mostrar como nós estamos,
Sob a nossa convenção...
Ter um cão, é permitido,
Mas omite o latido,
E não penaliza o cão...

Aquilo que é omisso,
Não é nosso compromisso,
E não podemos resolver.
Isso foge nossa liça,
É um caso de justiça,
Vê quem possa lhe atender.

Agora, outro morador,
Afirma, como um doutor:
Se é pequeno, o cão,
Recorra logo, sem pausa,
À lei da pequena causa,
Tenha boa sorte, então!