O TOCADÔ DE VIALÊJO - Causo Matuto Verídico - Matéria do Cantinho do Zé Povo - O Jornal de Hoje-Natal-RN-Ed. de 02.04.2011

O TOCADÔ DE VIALÊJO

Oi, minha gente! Há muito tempo eu enfatizava que uma das minhas maiores frustrações, era não saber tocar violão. E escreví um poema oração a Papai do Céu, pedindo que Êle agregasse ao dom maravilhoso da poesia que já havia me dado, o dom de tocar violão; a fim de que eu fizesse, eu mesmo, o fundo musical dos meus poemas, prometendo também, espalhar através desses dons maravilhosos, a sua obra mundo a fora. E Deus, na sua infinita bondade e misericórdia, me concedeu a graça de no dia 22 de agôsto de 2010, Dia do Folclore, encontrar no Centro de Turismo, o Professor Marcelo Othon. E conversando com o dito, cujo, referido; disse-lhe da minha frustração e da minha súplica a Nosso Senhor. E Marcelo me respondeu:

- Bob, isso parece coisa feita; quinta feira próxima vindoura, estarei começando, lá no IFRN, campus da Av. Rio Branco, antiga Escola Industrial; o curso de Viola Sertaneja; dá certinho para o que você quer... E deu mesmo. Desde setembro de 2010, que estou no curso de Viola Sertaneja, com aula toda sexta feira, de 5 da tarde às 7 da noite. Sou o aluno mais velho da turma; e para minha felicidade, o aluno mais novo é meu neto William Richard, com 8 anos de idade. E quero dividir com vocês, queridos leitores e leitoras desse espaço, a felicidade de segunda feira, 4 de abril de 2011, às 19 horas, lá onde era a antiga Escola Industrial, estar fazendo minha primeira apresentação pública, abrindo a apresentação do Coral Infantil daquela instituição. Quem quiser comparecer, será muitíssimo bem vindo (a). Agora, vamos ao causo de hoje, que me foi contado pelo “Boizíin de Caicó”, na Fazenda Umarí, quando lá estive em 28 de janeiro próximo passado. Lá, conheci, além da gente maravilhosa da família Baé; mais meio mundo de gente boa, da melhor qualidade. E entre essas “figuraças”, conheci o Doidelo, tocador de “vialêjo”; vira o mundo e o fundo daquela redondeza, sendo muitíssimo bem acolhido por qualquer morador da região. Para quem não sabe, existe uma expressão idiomática do mato (que graças a Deus, está no meu dicionário, em fase de conclusão de sua terceira edição), que é; “IR À VIAGEM”; que é a mesmíssima coisa de “Muiá o biscoito, dá banho in bil, dá uma lapimbochada, dá uma chimbada, afogá o ganso, dá uma furunfada, coisa”; e que significa manter relação sexual... Pois bem; o Doidelo é dessas pessoas que além de não medir o que diz, esteja onde estiver e/ou na frente de quem quer que seja; é espirutuosíssimo e sempre tem uma resposta igual ao salto mortal da inteligência, que é o repente. E segundo meu amigo Zé Baé, “o Boizíin de Caicó”, lá no seu pedaço existe uma mulher que gosta muito de “fazê a caridade” a necessitados do tipo do Doidelo do Vialêjo, que uma certa manhã de sábado, ao passar numa daquelas paradas da beira da estrada, encontrou o Doidelo esperando transporte. E, como quem num qué; querendo; acercou-se do nosso personagem; e depois de um bate papo respeitoso; soltou a deixa:

- Doidelo; quá é a sua idade ?

- Minha fía; você sabe qui eu nem sei derêito ?! Sei qui é de setenta prá lá e de oitenta prá cá...

- Você inda sente “reinação” p’ru muié ?

- Sinto; e muunnnta!

- E cum essa idade, você inda VAI À VIAGE ?

E o Doidelo, in riba da bucha:

- Ôxe; se o “ôinbu passá e fô bem arrumadíin qui nem tu; eu vô inté dimais”!...

Bob Motta
Enviado por Bob Motta em 02/04/2011
Código do texto: T2884913
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