Professor Girafalis?

Certa vez, numa instituição de ensino, uma funcionária muito dedicada ao trabalho passou por um momento inesperado.

Entre muitos afazeres, gostava de conversar com os alunos e ajudá-los a resolver problemas, tanto os relativos a documentos quanto a relacionamentos com professores, colegas. Também lidava com os professores: precisava sempre informá-los a respeito dos calendários de prova, horários e locais das reuniões, solicitar documentos em atraso, oferecer apoio, manter contato para saber sobre a frequencia deles nas aulas. Esta última tarefa, quase diária é o que se destaca nesta crônica.

Mas antes, lembro-lhes do Programa Chaves, aquela comédia mexicana, que reúne os personagens em uma vila. Um sucesso da televisão, por agradar crianças e adultos, com suas inocentes e divertidas tramas. Pois bem...neste programa há o professor Girafalis que ensina as crianças da vila. Guardem esse nome...

Voltando à crônica...

Bem, aconteceu de faltar um professor dessa escola, por motivo de doença. O aviso dele foi feito no dia anterior; faltaria no período diurno.

Já, no dia seguinte, resolveu pedir à telefonista (que estava em treinamento) que ligasse para o professor, pois queria saber se já estava melhor, se ele viria, naquele dia, dar aula no horário noturno.

Ao telefone, identificou a origem da ligação e o motivo: perguntou sobre a possível falta.

A voz masculina do outro lado respondeu que não era o professor, era engano.

Ela, sem graça, desligou o fone.

Solicitou, então, à nova funcionária, para ligar o número correto, mais tarde. A telefonista assim o fez.

Retornou a ligação outras vezes e a mensagem era "fora de área".

Pensou, então, que o professor estaria viajando do Rio até aquela cidade.

Resolveu deixar como estava, considerando que eram muitos os problemas a serem resolvidos; melhor seria aguardar, quem sabe, a sua vinda.

O horário da aula chegou. Os alunos começaram a perguntar se haveria aula, pois o mestre não havia chegado. Se continuava doente, se havia deixado alguma atividade ou trabalho, se a turma seria dispensada.

Ela, então, viu a necessidade de insistir no contato...pediu nova ligação telefônica.

-Alô, é o professor Amaral? O senhor está vindo dar aula hoje?

A voz do outro lado responde...

- Não, não é ele. Mas serve o professor GIRAFALIS?

Surpresa, ela começa a gargalhar e percebe que isto acontece dos dois lados. O riso era incontido...

Depois de uns instantes, fala:

- Este número deve estar errado...já liguei outras vezes ... (rindo novamente ao lembrar do que ele disse).

E ele, do outro lado, entende o engano e, ainda rindo:

- Se eu pudesse, iria aí dar a aula no lugar dele!

Ela concluiu a rápida e divertida conversa, pedindo desculpas e agradecendo ao moço, "vítima da insistência".

Após rir de tudo isto, pensou a respeito e concluiu:

* A telefonista, por ser nova, deve ter ligado TODAS as vezes para o mesmo número, sem o (021) DDD do Rio de Janeiro, onde mora o professor;

* O receptor já estava meio atormentado pelas ligações, por engano e resolveu fazer uma brincadeira;

* Parece que tudo de engraçado só acontecia com ela;

* Disse, enfim, aliviada:

- ainda bem que ele preferiu optar pelo bom humor!

Depois de um tempo, pediu para a telefonista realizar a ligação incluindo o DDD e falou, REALMENTE, com o docente, que estava com virose, em tratamento para sua breve recuperação.

Na próxima aula não faltaria!

Danusalmeida
Enviado por Danusalmeida em 11/05/2011
Código do texto: T2963100
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