O PILOTO E CO-PILOTO SÃO CEGOS (Aleixenko Oitavo)

O PILOTO E CO-PILOTO SÃO CEGOS

A sala vip do aeroporto Monti di Mérdi, está abarrotada de passageiros a espera da tripulação, para embarcar no vôo Gorobixaba / Brasília. Nisso aparece o co-piloto, todo uniformizado, de óculos escuros e de bengala branca tateando pelo caminho. A atendente da CAGO (Companhia Aérea de Gorobixaba) o encaminha até o avião; e assim que volta explica aos passageiros que apesar dele ser cego é o melhor co-piloto da companhia.

Alguns minutos depois chega outro funcionário também uniformizado, de óculos escuros, de bengala branca e amparado por duas aeromoças. A atendente mais uma vez informa que apesar dele ser cego é o melhor piloto da empresa e tanto ele como o co-piloto fazem a melhor dupla da CAGO.

Todos os passageiros embarcam no avião preocupados com o piloto e co-piloto. O comandante avisa pelos alto-falantes que o avião vai levantar vôo; e este começa a correr pela pista, cada vez com mais velocidade. Todos os passageiros se olham, suando, com muito medo da situação. O avião vai aumentando a velocidade e nada de levantar vôo. A pista esta quase acabando e nada do avião sair do chão. Todos começam a ficar cada vez mais preocupados. O avião correndo e a pista acabando. O desespero toma conta de todo mundo. Começa uma gritaria histérica no avião. Nesse exato momento o avião decola, ganhando o céu e subindo suavemente.

Na cabine o piloto comenta com o co-piloto:

- Se algum dia o pessoal não gritar nós estamos fodidos.

Por ALEIXENKO OITAVO, Primeiro Ministro do Reino de Gorobixaba