“ARANHA DA VIZINHA”.
   ARMANDO LEMES.
 
Minha vizinha tem uma aranha,
que é difícil de encarar,
a aranha no muro arranha,
tem vontade de me pegar.
 
Outro dia a aranha da vizinha,
subiu no muro para me vigiar,
passei a mão de leve na bichinha,
ficou louca querendo me atacar.
 
A vizinha me reclamou,
que seu marido não trata da aranha,
por isso ela me procurou,
querendo  me dar a sua aranha.
 
Estou ficando muito preocupado,
se essa aranha começa a me perturbar,
eu sou um homem bem casado,
essa aranha pode me complicar.
 
Outro dia a aranha malvada,
tomava sol e nem me notou,
toquei a mão na danada,
arreganhou a boca e me atacou.
 
Eu estou realmente desorientado,
porque essa aranha é do meu vizinho,
este cabra é um cabra safado,
Vive na aranha fazendo carinho.
 
Minha mulher já desconfiou,
porque vivo empoleirado na janela,
outro dia me perguntou,
se eu vi a aranha dela.
 
Fiquei todo descontrolado,
não sabia o que responder,
se essa aranha ficar do meu lado,
vou agarrá-la eu não vou correr.
 
A danada da aranha do vizinho,
 já não me da mais sossego,
me procura até na cozinha,
quando me acha me faz chamego.
 
Minha mulher já não aguenta mais,
para onde vou a aranha vai atrás,
outro dia lá no meu quarto,
a aranha me mordeu por trás.
 
Dias atrás eu estava deitado,
acordei todo assustado,
com a aranha encima de mim.
Passei a mão na aranha devagarinho,
ela começou me fazer carinho,
me mordeu de começo ao fim.
 
Fiquei muito apavorado,
mas a boca do bicho safado,
me mordia cada vez mais.
Fui correndo chamar o vizinho,
olha aqui seu malandrinho,
não trata da sua aranha,
 olha o que ela me faz.
 
A aranha vive me perseguindo,
tenho a impressão que anda sorrindo,
procurando alguém para morder.
Eu fico quietinho na minha,
essa aranha está parecendo galinha,
ciscando para comer.
 
Acabei chegando a uma conclusão,
vou agarrar essa aranha no salão,
comer ela com meu pirão.
Se o marido da dona da aranha desconfiar,
ele nada mais vai encontrar,
comi a aranha sentada lá no galpão.

O tá bicho bão,
Sopa de aranha com meu pirão,
Deixa a gente todo alegrão.
Até veado que toma a sopa,
Acaba virando machão.
 

Autor-Armando Lemes-março de 2012.