Poesia de banheiro

Nem sei por que chamo isto de poesia. Isto nem é uma poesia, talvez seja por puro trauma, sempre quis fazer poesia, mas nunca descobri o jeito certo de fazê-la. Falta treino, paciência, e o meu ‘quê’ de intelectual para fazer uma poesia. Sempre achei sofisticado demais pra mim, além de complicado. E nem adianta você vir aqui e dizer: poesia não é complicado, só precisa de calma e inspiração (tá aí porque eu nunca fui boa em poesias, quando estavam distribuindo isso eu tava em outras filas, talvez na de impaciência). Essa história toda começou quando eu estava tendo problemas de prisão de ventre (isso realmente é um caso sério, garotas entendem bem, são as principais vítimas – se nunca sofreu disso, prepare-se que sua vez está próxima - ), pensei que nunca teria isso, ah, claro. Quem vai esperar ter uma prisão de ventre? Com os mais velhos falando coisas do tipo: “ah menina, sai daí, faz exercício, fica o dia todo no computador, depois vai reclamar quando um tubo penetrar na sua parte mais íntima, isso você não quer, não é?”. Continuando....estava eu ali, concentrada no que eu estava fazendo (ou tentando fazer), e nesse eterno silêncio que se encontra dentro do banheiro e ideias milaborantes passaram por minha mente, mas eu estava sem papel por lá, mas logo encontrei o papel higiênico, mas e a caneta? Me desesperei, eu tinha um conto pronto na minha cabeça, tinha papel, mas não tinha caneta, tive que dar o jeito de sempre. Calma, não sou tão imunda a este ponto. Cheguei na porta e gritei – como sempre grito quando estou no banheiro e quero algo - : ô manhêêêê! Traz uma caneta! Então ela perguntou se eu estava ficando louca ou se era pra desentupir o que já estava entupido. Onde eu estava com a cabeça? Eu devo ter pensado que é a coisa mais normal do mundo pedir uma caneta enquanto se está no banheiro. Mas ela acabou me entregando uma caneta, eu fiz o meu conto (que deveria ser poesia, mas eu não sei fazer, como tem lá em cima), e tudo deu certo. E quanto a minha prisão de ventre...bem, posso afirmar que está em plena liberdade novamente.

Aninha Torres
Enviado por Aninha Torres em 24/04/2012
Reeditado em 07/10/2012
Código do texto: T3631178
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