“SAIDEIRA”.
    ARMANDO LEMES.
 

Garçom me traga a saideira,
eu já perdi as estribeiras,
eu nunca bebi tanto assim.
Vou curtir uma fossa danada,
pois a minha mulher amada,
me chifrou a noite inteira.
 
Quando o baile acabou,
ela foi embora evaporou,
me deixou abandonado.
Eu senti naquele momento,
que apesar do sofrimento,
ela havia me chifrado.
 
Vou ficar a noite inteira,
curtindo a minha maneira,
a dor de um corno chifrudo.
Vou tomar outra saideira,
porque a minha companheira,
fez de mim um homem cornudo.
 
Agora sinto a dor de uma chifrada,
é como se fosse uma boiada,
me pisoteando no chão.
Fui falar com ela numa boa,
me disse sai daqui gente boa,
segura seu chifre com a mão.
 
Com esse gesto terrível,
senti uma sensação horrível,
e uma dor na cabeça inteira.
Pensei nela com um garanhão,
para acalmar o meu coração,
Só tomando outra saideira.
 
Uai, que grande porqueira,
mulher bonita e faceira,
é assim mesmo meu irmão.
Se não tem assistência em casa,
com o primeiro ela espalha brasa,
e em você coloca um chifrão.
 
Autor-Armando Lemes-abril de 2012.