“AINDA ANDO CUTUCANDO”.
  ARMANDO LEMES.
 

 
Sou velho, mas não sou maluco,
sou idoso, mas ainda cutuco,
estou inteiro para furunfar.
Depende da companheira,
se for uma mulher solteira,
a ferramenta vai levantar.
 
A idade não é obstáculo,
eu confio no meu taco,
estou inteirinho e com saúde.
Se pintar alguém interessante,
a tromba fica gigante.,
como era na  juventude.
 
Minha mulher está uma cobra,
ando lhe dando uma sova,
diz que sou um velhinho safado.
Para ela estou chegando ao final,
não é uma coisa normal.
esse meu jeito tarado.
 
Eu sempre fui muito direito,
mas não sou nenhum perfeito,
tenho lá minhas carências.
Se uma gracinha faz um charminho,
vou entrando de mansinho,
lhe mostro a minha eficiência.
 
Outro dia minha secretária,
uma viúva sexagenária,
duvidou de meu potencial.
Foi ali mesmo no escritório,
quando viu meu repertório.
pediu socorro ao pessoal.
 
Como ando muito agitado,
parece que fui reformado,
sinto novo como antigamente.
Fui ao médico procurar saber,
o que eu devia fazer,
com minha ferramenta potente.
 
Me disse o senhor não tem nada,
precisa de uma nova namorada,
para sua ferramenta acalmar.
Acabei ficando encucado,
são cinquenta anos de casado,
não posso minha velha trocar.
 
O médico me colocou um grilo,
se a companheira é o empecilho,
alguma coisa tenho que fazer.
Pensei arranjar uma solução,
acho que no meu coração,
duas mulheres podem caber.
 
De dia uma nova vitamina,
regada por uma menina.
para o ego não denegrir.
De noite minha velha coitada,
como já está cansada,
o jeito é deitar e dormir.
 
Autor-Armando Lemes-junho de 2012.