EMBOLADA 1 - A Casa de Barnabé ( rima em "ê/é)

EMBOLADA 1 - A Casa de Barnabé

Heptassílabos com rima em "ê/é".

No bairro de São José

Ali reside o Tomé,

Casado com a Zezé,

Que faz gostoso café.

Filho do seu Barnabé,

Sua mãe é dona Quequé.

Quem vai lá tomar café

E comer pão com patê

É o Saci Pererê,

Que nunca lava o pé

Por isso cheira a chulé.

O vício de Barnabé

É sempre cheirar rapé.

Prefere dona Quequé

Delicioso picolé.

Às vezes sai um banzé!...

Faz coleção o Tomé:

Todo tipo de boné.

As camisas do Tomé

Têm sempre a gola rolê.

Já as saias da Zezé

Quase todas são godê.

Algumas são evasê,

Só não usa as balonê.

Pois as blusas da Zezé

Sempre têm decote em Vê.

Tem um gato, o Boré,

E o cachorro Bangué.

A mania da Zezé

É treinar no bambolê.

Ela já dançou balé.

Ainda faz pas-de-bouré,

Não esqueceu do plié.

No entanto o Barnabé

Exercita o bilboquê.

Uma amiga da Zezé,

Cujo nome é Dedé,

Sabe dançar chamamé.

Pois artesã ela é:

Faz um bonito crochê,

Sacolas de macramê,

Belas rendas em filé,

E também frivolité.

Amizade de Tomé

É por um tal de Mané,

Que só toca viola em pé.

Na festa de São José

Tem foguete e busca-pé.

Refresco de capilé

Quem toma é o louro Chimbé,

Que adora um cafuné.

Intrigante é o que ele é,

Conta tudo que o Tomé

Conversa com a Zezé.

Outro dia o Barnabé

Deu um susto no Chimbé,

Botou-lhe no narguilé,

E o louro ficou “lelé”.

Coitadinho do Chimbé!...

Moram num belo chalé

Que tem uma chaminé.

Quem cozinha é a Quequé.

Outrora seu Barnabé

Tinha que usar libré,

Ele gostava até.

Foi mordomo em Tatuapé.

Depois comprou um cupê.

Errava na marcha a ré.

Natural de Guaporé,

Já morou em Maquiné.

Viajaram à Caculé.

Hoje moram em Santo André.

Cuidava, dona Quequé,

De um roliço bebê,

Era babá, bem se vê.

Já o seu filho Tomé

Foi trabalhar na TV,

Lá conheceu a Zezé.

Compraram aquele chalé.

E vocês sabem como é...

Ambos esperam um bebê...

O desejo de Tomé

Era ter um chimpanzé,

Mas é proibido, não é?

Ia esquecendo-me até,

Eles criam garnisé.

Costuma o louro Chimbé

Cantar como os garnisé.

Bons amigos são Boré

E o cachorro Bangué.

Só não gostam do Chimbé.

Deixemos de rapapé...

Mexeriqueiro ele é!...

Ama pescar, Barnabé,

Já pescou tucunaré.

Enquanto dona Quequé

Dança o Maculelê,

Prefere o Barnabé

Requebrar no Ie-ie-iê,

E dançam cateretê.

Agora dona Quequé

Que já fez um consomê,

Prepara um bom carré,

Para comer com purê

E ovos de garnisé.

Na espera, seu Barnabé,

Aspirando o narguilé...

Chegou comadre Nenê,

E o compadre Aimberê.

São padrinhos de Tomé,

Eles moram em Imbé.

É praia do Sul, pois é.

Vieram pra comer carré.

Com azeite-de-dendê

De presente pra Quequé.

Bandeja de canapé:

Vários tipos de patê,

Pro compadre Barnabé.

Aquele amigo Mané

Trouxe bifes de filé.

Pois a amiga Dedé

Trouxe muito acarajé.

Era um dia de fé,

A Festa de São José!...

Dia 19 de Março:

Dia de SÃO JOSÉ.

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 11/02/2013
Reeditado em 13/04/2013
Código do texto: T4134329
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