PEDRO MANDI E AS PERGUNTAS CRETINAS

Conheci um cidadão de nome Pedro de tal, era um sujeito irritadiço, que sempre tinha uma resposta ríspida para todos. Quando faziam alguma pergunta que ele não gostava “soltava os cachorros”. Certo dia em uma pescaria ele fisgou um enorme mandi. Quebrou um dos ferrões dele, esquecendo-se do outro e o colocou em um embornal. Colocou o embornal no chão e distraído, sentou-se nele. O mandi ainda vivo cravou-lhe o ferrão em uma nádega. Ferrão de mandi é dolorosíssimo, ainda mais naquela região... Gritou por socorro e somente com um alicate um de seus colegas conseguiu retirar o ferrão. O apelido pegou igual visgo. Mais de uma vez ele ameaçara alguém com um revolver. Só era chamado pelo apelido pelas costas.

Ele tinha um velho Jeep usado para idas e vindas em sua fazendola. O veículo não era bem cuidado, ele achava que o mesmo só necessitava de água no radiador, ar nos pneus e gasolina no tanque. Um dia o Jeep encrencou: só pode ser levado à oficina rebocado. O mecânico foi verificar o defeito e foi dizendo a seu ajudante as peças que teriam de ser trocadas. Pedro Mandi além de mal educado era um pão duro de marca maior. O mecânico dizia ao rapaz que fazia a lista:

-Um jogo de velas, um gigleur, um platinado, um diafragma, um disco de embreagem, uma bobina...

Pedro andava ao redor do veículo já prevendo que iria gastar uma nota preta nos reparos. O mecânico enfiou-se embaixo do veículo e começou a examinar o diferencial, o cardã, o pinhão... pôs a cara de fora e perguntou:

-Seu Pedro, seu Jeep ronca muito?

Ele irritado disse bruscamente:

-Sei lá se ele ronca menino, ele não dorme comigo não, ele dorme é na garagem...

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HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 25/03/2013
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