Conversa de caducos -

Era um caduco contra um outro caduco. Dois mesquinhos problemas em jogo. Raiva. Tudo intrínseco naquele momento. Quem vivera menos? Quem lutara menos? Quem fizera deste mundo um bocadinho pior? Quem deturpara mais a mulher o outro? Quem destruíra mais arranjos? E por aí vai...Sete chaves de um portão imenso de ouro já garrido. Uma voz estridente e sábia ecoa nos arredores dizendo para que a briga entre os velhos parasse de uma só vez. Tal ponto em que o velhinho de barba amarela levanta o dedo e diz: "Eu, eu ateei fogo àquele seu casebre de um século!" e o outro retruca: "E eu derramei aquele vaso de azeite quente da varanda de minha casa em seu filho de propósito!" o velhinho amarelo, já irritado diz: "Oras, se não foi eu que roubei a escritura de sua fazenda de milanos!" e mais uma: "Está bem, acho que ganhou, velho amarelo!" Quando tudo parecia resolvido entre aquela dupla, o velhinho, o da barba alaranjada resolve acabar com tudo dizendo: "Eu dormi com a tua mulher, sob seu teto, comendo da tua comida e com direito a bacalhoada!" o caduco da barba amarela, cabisbaixo e conformado não hesita e assume sua fragilidade para com a vida: "Está bem, eu sou um deboche, um brocha, porém lutador...quer dizer, nem isto me cabe afirmar..." Fim.

Nathus
Enviado por Nathus em 25/04/2013
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