A Seita da Gra Ordem da Lamparina Sagrada

PARTE I

A Grã Ordem da Lamparina Sagrada è realmente algo muito estranho. Não è muito estranho pôr se tratar de algo realmente absurdo, mas è muito estranho pôr ter surgido de forma realmente muito estranha.

Tudo começou com quatro pessoas indiscutivelmente estranhas. Três homens e uma mulher .

Eles achavam que poderiam consumir quantidades muito grandes de cerveja em lata, sem que alguma idéia estranha – como a criação da seita da Grã Ordem da Lamparina Sagrada – surgisse na cabeça de algum deles.

Mas essa idéia muito, muito estranha não surgiu assim do nada, apenas pela quantidade impressionante de cerveja em lata que eles consumiram. Primeiro è preciso dizer que estavam em um lugar sobrenatural... ou melhor, talvez o lugar não fosse sobrenatural, mas se alguma manifestação sobrenatural resolvesse se materializar, com certeza escolheria aquele lugar.

Pôr exemplo, um dos quatro, algumas horas antes, estava trocando saliva com uma criatura que, observado todos os parâmetros do ocultismo, podia-se jurar que era uma vampira ou coisa do gênero.

Enfim, até as criaturas e incidentes naturais que ocorriam e estavam naquele lugar, ou eram mesmo, ou ao menos se pareciam sobrenaturais.

Dessa forma, fadas, duendes, elfos, demônios, anjos, cantores sertanejos, senadores da republica, autores de literatura esotérica e todos os demais habitantes do mundo sobrenatural, poderiam se materializar ali sem ser notado, ou mesmo convocado para depor numa CPI do congresso nacional.

E para que surgisse este pensamento elevado acerca da Grã Ordem da Lamparina Sagrada, ainda contribuiu, além do lugar sobrenatural e da quantidade extraordinária de cerveja em lata que eles haviam consumido, a influencia de ser místico altamente improvável.

Pode se dizer que altamente improvável não era apenas o ser místico, mas também o seu nome. Chamava-se Oluap.

Era um tipo de divindade anti-tecnologica, embora ainda não soubesse disto.Tinha uma barba grisalha tão improvável quanto o ser místico e o nome do ser místico. E esta barba grisalha também tinha o talento improvável de se parecer com o pelo de um guaxinim, morto afogado dentro de uma maquina de lavar roupa, que após a morte pôr enxarcamento, fora colocado, de forma desumana e proposital, para secar ao meio dia , em cima de um telhado de um barraco , em uma favela na periferia de Cuiabá.

Era uma espécie de divindade anti-tecnologica, porque em sua presença nada que tivesse um minino de engenharia racional fucionava a contento, da lata de lixo ate o motor a explosão de quatro cilindros – que era o que fazia funcionar, quando funcionava, o seu VRI – Veiculo Rastejante Ingovernável.

Tudo dava pau na presença de mestre Oluap e sua barba grisalha e improvável.

Mestre Oluap, como toda mestre, tinha um discípulo de nome esquisito e caráter negativista. Chamava-se Hiflar. E este como todo bom discípulo, registrava as estórias de enguiços, travadas e todo tipo de mau funcionamento que permeavam a vida do mestre.

Apesar do pessimismo inerente ao seu caráter, ele sabia que se não registrasse os feitos do mestre para a posteridade, no futuro, Oluap poderia ser conhecido como: Oluap, o sutil, tão sutil que o mundo nem notara a sua existência.

milimetro
Enviado por milimetro em 28/03/2007
Reeditado em 09/01/2008
Código do texto: T428802
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