AZARADO PARA CARALHO

AZARADO PARA CARALHO

Dois caipiras voltavam para casa quando um deles tropeçou numa lâmpada:

— Vixe Maria, Zé, óia que negóçu bunito... que chega bria!

— Uia Mané, vamu dá uma limpadinha nesse tróço que tá todo sujo.

Mané, com a camisa que usava, esfregou a lâmpada... eis que surge um gênio:

— Graças aos senhores estou livre dessa porcaria de lâmpada; e, como recompensa, vou dar a cada um três ovos. Quando quiserem um desejo, é só quebrar um ovo.

Chegando em casa Zé foi logo jogando um ovo ao chão:

— Eu queria sê o cabra mais rico do mundo!

Apareceu tanto dinheiro que não cabia no barraco do rapaz.

— Agora eu queria uma mansão bem grande. Com um canto pra colocá toda essa dinherama aí.

Dois quarteirões transformaram-se numa bela e imensa mansão.

— Mininu, esse negóço é bão mêmu! Agora só farta as muié. Eu quero as muié mais bunita desse mundo, que seja todas doida purmim e morem aqui na minha casa.

Fez o pedido e apareceram as modelos mais belas.

Passado um mês de vida boa, Zé resolve visitar seu amigo Mané. Com a dinheirama que tinha ganhado comprou uma limousine... e lá foi ele acompanhado de algumas belas modelos. Chegando lá, percebeu que seu amigo continuava morando no mesmo rancho de pau a pique... numa pobreza de fazer dó:

— Ô meu amigo Mané, num fez seus pedidos?

— Amigo véio, sieu ticontar ocê num vai acreditá... Cheguei em casa e coloquei os três ovim em cima da mesa. A mesa aqui de casa é cambeta; e, na hora que coloquei os bixo lá em cima, ela pendeu prum lado e um caiu no chão. Eu fiquei muito puto e fui logo dando um grito: "Carái!". Ômi, apareceu carái por todo lado, era na cuzinha, no quarto, na sala, em tudo quié lugá. Aí, eu joguei outro ovin no chão e pedi que aquela ruma de carái desaparecesse. Sumiu tudo, incrusivel o meu. Sem carái nundá. Peguei o úrtimo ovim, joguei no chão e pedi: “quero meu carái de vórta”...

Aleixenko e de domínio público
Enviado por Aleixenko em 25/06/2013
Reeditado em 25/06/2013
Código do texto: T4357264
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