MOTOCICLISTAS OU MOTOQUEIROS?

Sempre tive paixão por motos. Tive várias, de todos os tamanhos e “calibres”. Certa vez recebi como parte de pagamento de um imóvel que vendi, uma MZ 250 novinha. A princípio fiquei entusiasmado com ela. Mas logo o entusiasmo foi arrefecendo. Era um trambolho enorme, partida no pedal e ainda por cima do lado esquerdo, um “elefante branco” um “cavalo de tróia” coloquei-a a venda e nada de aparecer um interessado. Levei-a Belo Horizonte a uma revendedora autorizada e nem lá consegui negociá-la. Finalmente consegui me desfazer dela, troquei-a por um consórcio de veículo já em andamento com um terço das prestações pagas. Outro “fumo” administradora fajuta, funcionários relapsos, também custei a me livrar dele.

Quando jovem adorava assistir filmes com gangues de motociclistas. Filme como “os anjos do inferno”, “Anjos infernais” “O selvagem da motocicleta" e outros. Via os motociclistas com suas jaquetas de couro, correntes, penduricalhos, como marginais, baderneiros. Até que em minha cidade foi organizado um encontro de motociclistas. Apareceram centenas de motociclistas com suas reluzentes máquinas, suas tradicionais roupas de couro. Alguns até com enfeites de balas de fuzil. Nossa pequena cidade fervilhou de pessoas estranhas. Quando terminou o encontro, fui a um dos hotéis da cidade e perguntei pelo procedimento dos forasteiros. O dono do hotel disse que a maioria dos participantes era industriais, médicos, advogados, pessoas sérias, de comportamento exemplar.

Daí por diante mudei meu conceito para com eles. O dono do hotel também disse que o pessoal não admitia ser chamado de “motoqueiros” e sim motociclistas. Motoqueiro era termo pejorativo. Sinônimo de baderneiro, arruaceiro.

Dias atrás vi uma reportagem de uma turma de motociclistas na madrugada de São Paulo com as baixíssimas temperaturas, distribuindo cobertores, roupas e agasalhos para os moradores de rua. Atitude louvável. Um dos motociclistas num arroubo de generosidade chegou a tirar as calças do próprio corpo e dá-las para um morador de rua.

Como não poderia deixar de ter, um engraçadinho fez um comentário satírico do acontecido:

-Como é que é? O motociclista tirou as calças e DEU para o morador de rua?

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