OS DOIS POLACOS

OS DOIS POLACOS

Ayres Koerig

Há quem vive alegremente,

Outros vivem que dá dó...

O caso que eu tenho em mente,

Deu-se lá nos cafundó!

Em terras que eram sem donos,

Viviam nos seus barracos,

Uma porção de colonos,

Maioria eram polacos!

Na região, muita erva mate,

Nessa longínqua biboca,

Plantavam muito tomate,

Hortaliças e mandioca.

Muita caça e muita fruta!

Bem rica era a região...

Era uma vida batuta,

E fome passavam? Não...

Colhiam o que plantavam

Entre si se repartiam...

Eram leais não blefavam,

E o que sobrava vendiam.

Pra vender iam à cidade

A pé ou em carro de boi...

Vou contar-vos sem maldade,

Mas apenas como foi.

Pois foi numa dessas idas

Dois polacos se encontraram...

Pra falar de suas vidas

A conversar começaram.

Com seu expressar tão brega

Um ao outro perguntou:

--Aonde vais tu meu colega?

Para a cidade aonde eu vou?

Em meneio disse sim...

-- Eu estava precisando

Fazer compras parra mim...

E assim foram conversando.

-- Qual teu nome camarada?

(O seu nome era Matias)

Mas ele em voz embrulhada,

Disse: -- Meu nome é Metías.

Grande simultaneidade,

E também sabedorias...

Disse com simplicidade

-- O meu também é Metías!!!

-- Gustava é minha mulher

E a tuá como é: ó home?

-- A miá também Gustava...

--Que coincidência de nome?!!!

Os versos podem ser fracos

Mas tudo isto sucedeu...

O caso destes polacos!

Quem contou? Um amigo meu...

E o mais estranho que digo,

Com rimas que eu no’encontrava,

Diz um polaco ao amigo:

--Nós Metías... elas Gutava!!!

Ayres Koerig
Enviado por Ayres Koerig em 20/08/2013
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