O COLECIONADOR
Esta página de hoje dedico aos meus fiéis escudeiros cujo emblema é VVACA. Isso aí quer dizer Valéria, Vera (a Letranda), Ana Flor do Lácio, Ciro e a outra Ana, a bela e gentil baianinha.
O COLECIONADOR
Ayres Koerig
O português estava comentando:
-- Vim pro Brasil cu’a calça com rasgões...
Mas aos pouquinhos fui acumulando,
Hoje eu possuo já vinte milhões!
Sua parenta então toda assombrada:
-- Não é possível, tens vinte milhões?
Pra que queres tantas assim rasgada?
Tu colecionas calças com rasgões?
Acharam esta meio fraca e pequena? Vou compensar, mas que isso não fique hábito!
Como vocês que me lêem sabem, Marieta minha esposa trabalha na Pastoral da Saúde e lá se faz uma limpeza de ouvido tão eficiente que até os médicos da nossa cidade encaminham pessoas para a dita pastoral (até aqui é verdadeiro).
De quando em quando sai um completamente surdo, mas com os ouvidos sem cera. Às vezes chegam a arrancar lá de dentro do ouvido: o martelo, a bigorna e o estribo
Outro dia apareceu por lá um com uma dor de dentes danada e a Marieta disse: Aqui nós não curamos isso, mas vai lá em casa (e lhe ensinou aonde morávamos) que o Ayres sabe uma benzedura contra esse mal.
Bateu a campainha e eu o atendi... mandei que se assentasse na minha frente, coloquei uma toalha na cabeça dele e comecei:
É de Braz, de librido et de besteiradas...
Se quebrantos tinhas, nas tuas bundinhas,
Por que a mim não vinhas?
Não vinhas por quê?
Eu tos tirava com três palhas d’alhos,
Três maravalhos,
Três baita carvalhos... (árvores tão velhas que nem têm mais o v).
Três peidos meus, três do Mateus...
Três da cabrocha, três da velha brocha...
Três do biri-bi-biu e três da puta que te pariu...
Fode-te meu irmão...
Estás curado!
(Ele sorriu e a dor de dente sumiu kkkkkkk)