DIÁLOGO NO ÔNIBUS XII

DIÁLOGO NO ÔNIBUS XII

Como não poderia deixar de ser, estávamos dentro de um ônibus coletivo, indo da periferia para o centro (Linha 007 – Vila Brasília/Centro). Por incrível que pareça, naquela viagem o ônibus estava praticamente vazio, tanto que havia uns quatro bancos desocupados.

- Estou numa ressaca do cão! Vou vomitar!

Quem gritava estas palavras era um tipo sem sal nem açúcar, trintão, mais ou menos apresentável: camisa e calça limpas e conservadas. Nem magro nem gordo, alto para os padrões dos bebuns (se é que existe padrão de bêbado). Tanto é que se via que estava embriagado de verdade; e não de ressaca como o mesmo afirmava.

Outro usuário do ônibus, literalmente passageiro, pelo visto também bêbado, entrou na conversa, lá do seu canto:

- Hic... Se vomitar tem que limpar!

O primeiro pau d’água estava sentado no último banco, no chamado fundão do ônibus. Condoeu-se com a possibilidade de limpar o próprio vômito e retrucou:

- Limpo o caralho! Quero ver quem faz eu limpar!

Um policial, sentado no meio do ônibus, se levantou e deu o ar da sua autoridade:

- Quero silêncio! E aquele FDP que vomitar dentro do ônibus vai limpar sim!

Foi uma ducha de água fria nos dois interlocutores. Nem mais um pio!

P. S. Literalmente acontecido.

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 15/05/2014
Reeditado em 15/05/2014
Código do texto: T4807029
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