Cidadezinha do interior.

Era uma cidade pequenina,

Ninguém de ninguém o nome sabia,

Todos se tratavam por alcunha.

Era religioso esse povo,

Todos se respeitavam ( frente a frente),

Mas no âmago o que queriam era uma boa fofoca.

Simpático povo da serra,

Que davam valor ao que vendiam,

Mas sempre ardilosos, cobravam o que não valia.

O pároco sempre num arroubo,

Conclamava ao fieis para não esquecer a oferta,

Era a compra de um terreno que se faria lá no céu.

Balburdia sempre existia,

No forro do Manequinho,

Onde a mocinha mais linda era disputada com mimos.

Não raro depois das cachaças,

Os meninos ficavam belicosos,

E disputavam na faca a concessão de uma dança.

Cidadezinha burguesa,

Com historias das riquezas,

Dilapidadas pelos perdulários, filhos daquela terra.

Os moços sempre elegantes,

Mesmo não tendo posses,

Andavam como dândis desfilando em carroças.

Mas essa pratica era conhecida

Servia só como engodo

Para uma viúva rica fisgar

Ah cidadezinha, tome tento,

Tome o seu lugar frugal

Pois chegará o fenecimento e tudo isso vai mudar.