REFLEXÕES MATEMÁTICAS

Pelo meu ângulo de ver as coisas, não sei se a minha vida inteira, integral, é uma derivada, uma incógnita, uma variável aleatória ou um número imaginário. Só sei que não tem sido coordenada. Em divagações me perco no infinito, onde as paralelas se encontram. Cheguei ao meu limite, estou me sentindo infinitesimal, tendendo a zero, tão pequeno quanto se queira; pareço um conjunto vazio. Devo melhorar a minha imagem. Cansei de funções sobrejetivas e de mulheres retas. Agora quero tirar a prova real. Para um relacionamento contínuo, sólido, a três dimensões, sem matriz e filial, tem que haver um mínimo divisor comum. Não admito triângulo amoroso. Sou quadrado, raios (tenho certeza que estou com a média e extrema razão). Aproveito para colocar em evidência que isto não é uma parábola. Na minha fórmula prefiro ir ao ponto, ao centro da questão, do que andar em círculos e sair pela tangente. Sou determinante, discriminante e racional, este é o "x" do problema! Por outro lado, não gosto de me sentir preso como uma figura inscrita, gosto de ter meus pontos de fuga, de ter meus prolongamentos, de ligar o vértice ao lado oposto. Meus momentos e números são relativos, sou senoidal, tenho meus pontos de inflexão, fico positivo e negativo sem perder a potência. Não sou oblíquo nem obtuso. Vou me multiplicar e dar uma guinada de 180 graus. Concebi um hiperplano, fora de série, a "n" dimensões com uma base unitária. Deixarei de ser cartesiano e escalar, agora serei exclusivamente vetorial, sob todos os aspectos, espectros e pontos. Ela não vai me pegar na curva! Não sou um objeto ou um produto, mas não deixo de ser notável!

do livro de humor reflexivo "Sexo Mulheres e Ecologia" de Luiz Otávio D. Pinheiro  

 
Karpot
Enviado por Karpot em 03/10/2014
Código do texto: T4986116
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