HISTÓRIA DO BRASIL-parte 1

HISTÓRIA DO BRASIL

Às vezes me pergunto por que tivemos a sorte ( ou azar) de ser descobertos e colonizados pelos lusos; a duplicidade da afirmação anterior se deve ao fato de prezar muito esse simpático povo, alvo de frequentes brincadeiras; a maior parte dos que conheci sempre se mostraram sérios e laboriosos, o que não deixa de dar margem a curiosidades, como chamar de “salva-vidas” o banheiro, se bem que, quando você está a perigo, ele salva vidas mesmo! Mas chamar lancha de “canoa-automóvel” é meio cômico , não?

As afirmações acima talvez expliquem o espírito galhofeiro e despreocupado dos brasileiros; os lusitanos nunca foram lá de muita briga; os espanhóis diziam : “que venga el toro”; os portugueses preferiam pescar seu bacalhau e desenvolver o comércio. E foram longe para isso! Quando se olha o mapa de Portugal parece brincadeira que foram tão longe, não só nas costas da América e d´África, mas chegando também ao Oriente, tanto que chegaram inclusive ao Japão. Conta-se que os japoneses não tinham uma palavra para agradecer; quando viram os portugueses , de bigodões, dizerem:

- Obrigado, pois!

Japonero non entendero direito, né? E disse:

“Arigatô!”

E essa não foi a única invenção lusistana; inventaram também a caravela, mais fácil de manobrar. Imaginem o português manobrando a caravela no porto de Lisboa:

-Ó, Manuel, deves viraire a caravela mais pra esquerda!

-Ó, Joaquim , pois já estou a viraire!

-Divagaire, senão vais raspar as tintas do casco! Ó, pois!

Graças a Infante Dom Henrique, que criou a escola de Sagres, que se tornaria excelente azeite do oliva, os portugueses primeiro tomaram Ceuta, depois São Tomé e Príncipe, para depois, com Bartolomeu de Gusmão, contornarem o Cabo da Boa Esperança. Dali, para Vasco da Gama chegar às Índias foi um passo. Sempre nos perguntamos por que essa volta toda, mas lembremos que os turcos, usando canhões enormes, conseguiram derrubar as muralhas de Constantinopla, o caminho por terra para o Oriente, prejudicando o comércio com Veneza.

Dessa forma, lusos e galegos, que já tinham se unificado e expulsado os mouros do território ,tornam-se as maiores potências mundiais, enquanto Inglaterra e França se digladiavam na Guerra dos cem anos. Parece piada, mas Portugal por um tempo foi o maioral. Imaginem as pichações da época: “Lusos, go home!”

E nesse ínterim, depois do Tratado de Tordesilhas, em que lusos e espanhóis dividiram entre si o mundo ( o ouro ficou todo do lado de lá!),é que entra em cena o Brasil para ser descoberto, quer dizer, descoberto em termos, pois se Colombo já havia descoberto a América, o Brasil , como parte do continente, já vinha junto; na verdade Portugal veio tomar posse das terras daqui em nome da coroa portuguesa ( não, não é uma velha lusitana!)

Para isso o escolhido foi Pedro Álvares Cabral, de família nobre, mas não ilustre; esse viagem ao Brasil e Índias foi seu maior feito, ou não, pois talvez o rei Dom Manuel, o Venturoso, tenha ficado fulo com a dor de cabeça que arrumou para ele, chamada Brasil.

Partiu com doze caravelas, e não eram transatlânticos; só para constar : o maior luxo era uma cortininha que separava o capitão da marujada. Só para se ter uma ideia, nenhum barco tinha projeto ;”ia-se construindo, e, do jeito que saía, ficava”-nada disso; eram feitos por mestres carpinteiros experientes em construir barcos de pesca, como podemos notar entre nossos pescadores. A água apodrecia; a carne também ;levavam-se animais vivos e os famosos biscoitos (cozidos duas vezes) , que eram duros e não estragavam. Era melhor tomar vinho, se bem que azedasse.

Tudo isso considerado, precisava- se de muita coragem para enfrentar uma viagem dessas, ou não medir as consequências, tanto é que os marujos já faziam seu testamento antes de partir.

E chegam aqui; essa história que se afastaram da África para escapar às tormentas, é subestimar a inteligência lusitana; eles quiseram é disfarçar a missão que o serviço secreto luso incumbiu Cabral de realizar: “tomar posse das terras d´além mar”.

E Cabral chegou aqui ao som da velha marchinha: “

“Quem foi que descobriu o Brasil? Foi seu Cabral, no dia 22 de abril, três meses depois do carnaval!”