O CAIPIRA E O RAPAZ INSISTENTE
Quinzinho do Gamelão contando mais um causo:
Um dia desses eu tava na feirinha, bebeno uma cerveja cum cumpanhero, e chegô um terno dumas treis moça e sentô perto de mim e ficaro prusiano umas cum as otras. Nisso foi chegano um rapaiz daqueles bombadão, dos bração grosso, e sentô junto cum elas e já cumeçô a incendiá uma delas.
-Assediar... Corrigiu um dos ouvintes.
-Pois é, cumeçô a rastá a asa pra banda dela, e ela rifugano ele. Ele prusiava, prusiava e ela só dano o contra nele. O rapais num discunfiava não, parece que num tinha brio na cara não...A moça dava má resposta pra ele, e ele sempre insistino. Uma hora quais que eu falei cum ele pra criá vergonha e í imbora, mais oiei a grussura dos braços dele e disacursuei.
Uma hora, depois dele cansá de levá fora, iscuitei ele falano:
-Oia aqui, cê tá fazeno “doce”, mais adonde que ocê vai arrumá um sujeito que nem eu, oia só o muque...Óia os inhame... E mostrô o braço pra ela. Ela nem aí. Ele levantô e falô:
-Oia só o corpão, oia a barriga de tanquinho...
Ela, disdanhano, falô cum ele:
-De que dianta barriga de tanquinho, se a torneira de baixo num fonciona...
-Eh, eh, eh, cabô cum ele...Baxô a crista...
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