Das Vergonhas a Menor
João Glutão voltava para seu apartamento, mas, por falta de energia elétrica ou defeito, ficou preso no elevador por duas horas até que o tirassem de lá. Quando João saiu do elevador, o síndico Manuel percebeu que o piso do elevador estava todo sujo de refrigerante. Tanto refrigerante fora derramado ali que fez até poça no chão. O síndico indignou-se com aquela lambança e foi tirar satisfações com o João:
Síndico: “Foi o senhor que fez essa sujeira aqui?”
João: “Sim, infelizmente fui eu.”
Síndico: “A garrafa de refrigerante foi quebrada acidentalmente?”
João: “Não, não foi acidente. Eu derramei de propósito.”
Sindico: “Isso é um gesto de vandalismo. Eu jamais esperava que justamente o senhor, que parece tão responsável, fizesse uma estultícia dessas.”
João: “O senhor tem razão, isso é mesmo um vexame, mas dentre as duas vergonhas eu escolhi a menor.”
Síndico: “Duas vergonhas? Não entendo do que o senhor está falando.”
João: “Eu tive que derramar o refrigerante por que eu não conseguiria beber os dois litros.”
Síndico: “Isso não faz o menor sentido. O senhor não está falando coisa com coisa.”
João: “Eu estava muito apertado para ir ao banheiro e não podia esperar duas horas até que viessem me libertar, então, eu esvaziei a garrafa de refrigerante por que precisava enchê-la de novo com um outro líquido que é bem fedorento. Se eu não fizesse as necessidades na garrafa, eu acabaria por faze-las no chão e a vergonha seria muito maior. O senhor há de concordar que um elevador sujo de refrigerante é melhor do que sujo de urina.”