A CABOCRA 5 - PEDE SOCORRO

A CABOCRA 5 - PEDE SOCORRO

Oi genti! Onti fui entregá uns lavado,

(inda tô lavando ropa, pra quem quisé),

e a dona me convidô pra entrá e senta

na sala cum ela. Axei muito gentilesa

e entrei. Nem notei qui ela ja tava meio

arta, cheia di garrafa na mesa. Ai, ela me

ofereceu um copinho cum licor, bebi.

Quando botei o copo na mesa e ia agradecê,

ela enxeu di novo meu copo, bebi.

Deus do Ceu, que coisa tam boa era aquilo!

E asim ela não me deichava saí. Fiquemo ali

bebendo um bom tempo - vinhu, licor, por urtimo,

caimo na cervejota. Me apaguei. Saí de manhasinha,

depois do café sem assucar, bem forti, que ela fez.

Genti! Agora to viciada: era licor de jenipapu.

Não sei onde vo comprá esse licor. Devi di sê caro.

me ajudem por favor. Não posso lavá ropa enbebedada.

nem tenho dinhero pra isso. Qui faço, mi digan por favor? Esperandu voço aucilio me dispesso com um

forti abraçu. Da Cabocra Morena (minha mãe foi que

me deu ece nome), um grandi abraçu. Inté mais. Agradicida.

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 05/12/2016
Código do texto: T5844083
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